domingo, 16 de novembro de 2008

QUARTA-FEIRA - 23 DE ABRIL (tarde)





Próximo ao final da tarde, nos dirigimos então para visitar o salar do atacama, mais especificamente o chamado "Sector Soncor Y Laguna Chaxa". O local se situa a 24km de Toconao (62km de San Pedro), no setor oriental do Salar de Atacama.

Esta salar tem uma área de 320.000 hectares, e está a 2.300m de altitude. Sua superfície parece uma área arada, com terra revolvida, mas na verdade esse aspecto se dá pela acumulação de cristais que são produzidos pela evaporação das águas subterrâneas, que tem uma intensa carga salina. O terreno é muito duro, formado pelas crostas de sal. Na superfície do salar afloram as águas provenientes dos Andes, originando sistemas hídricos que forma um conjunto de corpos lacustres de baixa profundidade, unidas por canais naturais. São "habitadas" por abundantes formas de vidas microscópicas (algas unicelulares e microinvertebrados), que se constituem na dieta da fauna do setor, que envolvem exuberantes flamingos, catís e a gaivota andina, além de animais como o Ratón e Lagartixas.

Há, no parque, uma sede, na qual são oferecidas explanações acerca do lugar, e o atendimento é bastante cordial. O passeio entre o salar é bastante interessante, para a observação das formações, e ao final, chega-se às lagoas onde, na maior tranquilidade, alimentam-se os flamingos, animais realmente exuberantes, que contrastam sua beleza com a aridez do local. Ah, o pôr do sol??? Bem, o pôr do sol... sem comentários...

Saímos de lá já com a noite caíndo, e chegamos em San Pedro com noite escura (é sempre uma sensação "estranha" vagar pela noite em locais sem qualquer iluminação, apesar de termos a absoluta segurança quanto à direção que estávamos tomando, digamos que descobrimos uma certa preferência pela "claridade"... rs). Neste dia procuramos dormir cedo, após uma alimentação leve e bebermos muita água (essa é uma recomendação primordial: beba muito líquido, - evite álcool - sempre, quando estiver no Atacama), uma vez que no dia seguinte visitaríamos os Gêiser del Tatio. Desta vez (e pela primeira vez na viagem toda) optamos pelo passeio oferecido pelas agênicas de turismo, uma vez que nossas informações davam conta de que a estrada para o local não era boa, além de que havia a necessidade de sair muito cedo (portanto, no escuro), para podermos chegar aos Gêiseres logo ao amanhecer (é nesta hora que os jatos de vapor são mais intensos).

domingo, 9 de novembro de 2008

QUARTA-FEIRA - 23 DE ABRIL (MANHÃ)





Reservamos o dia para darmos uma escapadinha em direção sudeste, e conhecermos as magníficas Lagunas Altiplânicas e o Salar do Atacama propriamente dito.
Para chegar às primeiras, segue-se por uma estrada asfaltada até o povoado de Socaire, passando pelo oasis de Toconao. Após Socaire, há um trecho em estrada de chão, de 15 km, que nos últimos trechos se transforma em uma subída relativamente íngreme e com trechos bastante ruins para circulação, com as famigerada "costeletas" (sequência de montinhos que atravessam toda a estrada fazendo o carro tremer igual pessoa apaixonada no primeiro encontro - hehehe). De qualquer forma, mesmo nosso "carro baixo" superou o caminho sem maiores dificuldade, embora a primeira marcha fosse exigida em grande parte do final do percurso, dado não somente ás condições da estrada, mas também à altitude e ar rarefeito, que, como já expliquei, dificulta a queima do combustível.
De qualquer forma, ao vencer a subida, chegamos ao modesto portal de entrada do parque, onde paga-se uma taxa de acesso de $2.000 pesos. A partir dalí, o visual, que já era belo durante a subida, passa a ser simplesmente exuberante (vejam o contraste das cores nas fotos).
As duas Lagunas, chamada Miscanti e Meñiques, localizam-se a mais de 4.000 metros de altitude, rodeadas por picos magníficos, dentro da Reserva Nacional Los Flamencos.
Há muito tempo, a água proveniente do degelo dos vulcões Miscanti e Meñiques escoavam livremente em direção ao Salar do Atacama, mas uma erupção do Meñiques, ocorrida há cerca de ummilhão de anos provocou o represamento das águas, dando origem às Lagunas.
Tivemos o prazer de visitar o local cedo pela manhã, e com isso podermos aproveitar com exclusividade a paz e sossego do local. Quer saber? Na minha opinião, esta foi a paisagem mais deslumbrante de todo nosso passeio.
Assim como foi um pouco difícil chegar, foi ainda mais difícil sair do parque, pois a vontade é de ficar lá...

Assim, acabamos por retornar, sendo que durante a descida alguns de nós sentiram um pouco o efeito da altitude, como cefaléia, aumento da pressão ocular, e tontura.
Regressamos, então, para a visitação do Salar do Atacama, mas nos foi informado de que o local é mais propício à visitação ao final da tarde, para apreciação do por do sol. Assim, retornamos até Toconao, vilarejo próximo ao Salar, considerado um oásis, uma vez que tem águas doces que permitem o cultivo de frutas (peras, ciruellas e uvas), onde se localiza a "quebrada de Jere", ponto de visitação turística.
Fizemos hora no povoado, onde tivemos um contato mais próximo com Lhamas (bicho um tanto feio e esquisito). Quem for até lá, com certeza conhecerá a "makarena" nome dado a uma lhama do local que adora entrar nas lojas, mas de uma forma bem comportada, aparentemente.
A visita ao Salar, descreverei no próximo tópico.