sábado, 20 de dezembro de 2008

SEXTA-FEIRA - 25 DE ABRIL




A Viagem entre San Pedro de Atacama, e Salta, na Argentina (que seria nosso destino final), se faz em um trajeto de 511km, todo asfaltado, com bom pavimento, pouco movimentada na maior parte do caminho. Seguir essa estrada é uma maravilha, pois ela passa por paisagens realmente encantadoras, por isso resolvi dividir a postagem em três etapas.

Saímos de San Pedro 9 horas da manhã (horário de Brasília), após fazer os trâmites aduaneiros na aduana de San Pedro. Esse é um detalhe importante, uma vez que os mais desavisados podem pensar que a aduana ficaria mais próxima à fronteira. Não é o caso. O último posto onde vc legaliza a papelada chilena é na Vila de San Pedro, atentem para este detalhe. Ao contrário de toda a gentileza que recebemos nos locais em que passamos no Chile (excessão ao hotel de Calama, referido em postagem anterior), o atendimento na aduana foi extremamente grosseiro, pois ficamos em dúvidas quanto aos trâmites. Ocorre que lá foram carimbados e recolhidos nossos papéis de entrada no país, e achávamos que teríamos que levar algum tipo de "liberação" para cruzar a fronteira, o que acabou nao sendo necessário. Perguntei isso várias vezes à oficial que nos atendeu, e ela muito grosseiramente utilizou de um linguajar inteligível (não fez nenhum esforço para se fazer entender), e nos deixou inseguro quanto a seguir a viagem.. mas, lá fomos nós...
Ah sim, na aduana encontramos outro grupo de motociclistas brasileiros, desta feita em maior número, vindos de Santo Ângelo - RS.

Logo no início, o trajeto (feito pela Ruta 27) é plano, mas logo se inicia uma subida não tão íngreme, mas muito, muuuuuitoooo longa.... Associado à sequência de curvas (que ajudam a reduzir a velocidade, ou o "embalo" como diria), a redução das marchas se faz necessário com muita frequência, e foi nesse trajeto que sentimos a perda de potência do motor com a altitude e redução do O2. Lá estava eu, embalando o carro em segunda marcha, engatando a terceira, para, logo depois, ter que retornar à segunda.... aí, giro subindo, embalou, engatou terceira, e.. cai de novo, segunda... hehehehe...

O ponto alto deste início é a passagem "próxima" ao Vulcão Licancabur, que na verdade domina toda a paisagem ao redor do Deserto do Atacama. Ele se localiza na fronteira entre Chile e Bolívia, e seu cume está a 5.916m de altitude.
Bem, após vencer a subida, chegamos a um verdadeiro planalto, sem sofrimento, em que pudemos "deslizar" em alta velocidade em direção ao Passo de Jama (assim chamado o local fronteiriço entre Chile e Argentina), não sem antes passar por belas paisagens, que são assunto da próxima postagem.

domingo, 14 de dezembro de 2008

QUINTA-FEIRA - 24 DE ABRIL (tarde)




À tarde, ainda houve tempo para um passeio rápido às cercanias de San Pedro, ao Pukará de Quitor. Os pukarás eram fortificações atacamenhas, construídas com pedras unidas por argila, nas encostas de morros. Esta, especificamente, data do século XII, e foi parcialmente reconstruída, se tratando de aproximadamente 200 estruturas de tamanhos diferentes.
Este local foi invadido e conquistado pelos espanhóis em 1540, conquista facilitada pelo espanto dos indígenas com os cavalos, elmos e armas de fogo portados pelos conquistadores. Portanto, embora em número muito menor, a forte impressão causada pelos espanhóis nos indígenas é que selaram o destino destes últimos.
No mesmo local, fizemos uma trilha em subída forte até um monumento erguido recentemente para celebrar os 500 anos do descobrimento da América.
No retorno, abasteci o carro no único posto de combustível de San Pedro, com uma localização sofrível, praticamente dentro de um hotel.

À noite, saímos com nossos amigos motociclistas para um agradável jantar, onde contamos e ouvimos muitas histórias, com boas gargalhadas... É isso, conhecer pessoas amigas é outro ponto forte de qualquer viagem... Eles seguiram viagem em direção à Iquique, com finalidade de se dirigir ao norte, até o Peru. Sorte, sempre, aos amigos...

De nossa parte, regressamos ao hotel onde acertamos as contas (foram 3 diárias, um total de 84.000 pesos por casal - ou R$ 336,00), e nos preparamos para o dia seguinte, onde iniciaríamos nosso regresso ao Brasil, não sem antes passar por novos cartões postais, uma vez que o trajeto entre San Pedro de Atacama e Jujuy, na Argentina, por si só, já vale um roteiro turístico. Considerem isso, se estiverem planejando tal viagem... aguardem a próxima postagem.

QUINTA-FEIRA - 24 DE ABRIL (manhã)





Visitamos os Gêiseres del Tatio. Acordamos de madrugada, já que o trajeto até os Gêiseres, de 99km, é percorrido em duas horas, em uma estrada bastante ruim (portanto, melhor fazer o passeio oferecido pelas inúmeras agências de turismo locais). Negociamos o passeio a 16.500 pesos por pessoa (aprox. 66 reais), mais o custo de entrada no parque, de 3.500 pesos (ou 15 reais). Na saída, ainda na pousada, conhecemos nossos parceiros naquela viagem, um animado grupo de motociclistas de Foz do Iguaçú (Motociclistas Condores - aliás, um belo trocadilho "com dor", hehehe), que se mostraram ótimas companhias para o passeio. Bastante agasalhados, seguimos a jornada, que se faz em uma estrada muito ruim, aos solavancos, e confesso que alí foi a primeira vez na viagem que fiquei um tanto enjoado, menos em função da altitude, mas devido ao "sufocamento" dentro do veículo (uma van), que tem que viajar com os vidros fechados não apenas pelo o frio, mas pela poeira terrível que, mesmo assim, adentra ao carro.
Após sacolejar por pouco mais de duas horas, chegamos ao local, onde pudemos aferir no termômetro uma temperatura de 8 graus NEGATIVOS. O dia amanhecia, e é neste horário que se vê com maior exatidão o que são os famosos Geysers del Tatio...

O local se encontra à 4.320m acima do nível do mar, e é na verdade o cume de um vulcão extinto, de onde saem jatos de vapor e água fervente, através das fissuras da crota terrestre. A água é aquecida pelas rochas vulcânicas quentes, e chegam a atingir 85°C. É curioso observar os guias cozinhando ovos dentro das fendas. O frio é intenso, e é aconselhavel a utilização de roupas impermeáveis, pois caso suas roupas ficarem úmidas com o vapor proveniente do Gêiser, a sensação térmica piora, e muito.

Ainda dentro do parque, pode-se visitar uma área com piscinas termais, onde a água aquecida faz um contraponto ao frio impiedoso, e permite aos turistas um "agradável" banho (hahaha... "bom" mesmo é tirar a roupa para entrar na água, ou então aquele intervalo entre o sair da água, secar o corpo, e vestir a roupa aquecida novamente.... comigo nããããoooooo...). Mas, para deixar nossa marca brasileira no local, Alessandro topou a aventura.. e gostou - ao menos foi o que ele nos falou... hehehe). Outro detalhe é a desenvoltura como os(as) europeus(eias) "trocam" de roupa perante os olhos de todos os seus semelhantes presentes no local... parece até que estão sozinhos, na intimidade do seu banheiro.. hehehe... Mas vejam bem, melhor não considerar isso como atração, a não ser que vc seja o tipo de pessoa que adora tomar sustos... kkkkkkkkkkk.

No caminho de volta, visita-se o povoado de Machuca. Eu, na verdade, chamaria o local de "despovoado", uma vez que não mais do que 10 ou 15 pessoas habitam o local. Parada estratégica para provar um delicioso churrasco de carne de lhama. Sim, delicioso mesmo, do tipo churrasquinho de gato (fiz a experiência de chamar alguns gatos que existiam no local por lhama, para ver se algum atendia, mas parece que a carne que comemos pertencia mesmo ao animal enovelado e de pescoço comprido).

Assim, bem servidos, retornamos à San Pedro, sem qualquer inconveniente, após um belo passeio.