sábado, 10 de janeiro de 2009

SEXTA-FEIRA - 25 DE ABRIL, PARTE III




Já em território argentino, iniciamos uma descida leve pela ruta 52, que conduzia à Cuesta del Lipan. "Escorregamos" rapidamente até chegarmos ao povoado de Susques, único local com posto de combustível entre Jujuy, na Argentina, e San Pedro de Atacama. Abastecemos o carro, e paramos para o almoço. Neste local encontramos novamente com os motociclistas de Santo Ângelo.

Seguimos viagem, e cortamos um imenso salar, chamado Salinas Grandes, uma antiga lagoa que secou e acabou virando uma enorme extansão plana, com superfície salina, de 1.500km².

Um pouco mais adiante (cerca de 25km) chegamos a um local verdadeiramente deslumbrante. Se vc pensa que os caracóis que descem em direção à Santiago são "o máximo", precisa conhecer a CUESTA DEL LIPÁN. Trata-se de uma estrada que serpenteia a montanha, repleta de zigue-zagues, onde vc desce (ou sobe, se estiver em direção contrária) de 4.200m até 2.600m de altitude. Vale um sem-número de paradas para admirar a paisagem, com uma vista arrebatadora no Nevado del Chañi, e de toda a encosta "del Lipán". É um prazer indescritível dirigir neste local, sem o "stress" provocado pelo trânsito pesado dos caracóis chilenos citados anteriormente. Aqui, cruzamos com raros veículos, na verdade, tínhamos a estrada praticamente só para nosso deleite, dividindo-a com as motos dos gaúchos que vinhasm nos acompanhando ao longo do trajeto. O som rouco dos motores das motos, reverberando entre os morros era bom de se ouvir, justificando também as paradas. Mais um ótimo local para parar, ficar em silêncio e contemplar a obra da natureza.

Bom, mas como ainda tínhamos chão pela frente, seguimos a viagem, passando pelo povoado de Purmamarca, muito agradável, que me pareceu ser uma espécie de Estância para moradores da maiores cidades da Região (Jujuy e Salta), cuja atração turística é o Cierro de Siete Colores.
Em Purmamarca tomamos direção sul na Ruta 9, já bem mais movimentada, com trânsito relativamente lento, em descida, e com poucos pontos de ultrapassagem, que nos atrasou mais do que pensávamos. Pouco adiante passamos por San Salvador de Jujuy, onde seguimos a Ruta 9 até Salta, mais ao sul. Esta região, nordeste da Argentina, creio que seja um local bom para uma visitação turística, mas não nos sobrou tempo para explorá-la. Dominada por diversos povoados como a já citada Purmamarca, San Antônio de Los Cobres, Cafayate, Tilcará e Humahuaca, apresenta parques e passeios aparentemente interessantes, como o Trem das Nuvens e a Quebrada de Humahuaca, além das atrações históricas da cidade de Salta, conhecida como "la Linda" (fundada em 1582 por conquistadores espanhóis que desciam de Lima, no Peru, que era a principal colônia espanhola da época). Nossa idéia é de, em algum momento futuro, retornar à região e explorá-la melhor.

A idéia era pernoitarmos em Salta, mas como tínhamos ainda um pouco de dia claro pela frente, embora cansados, seguimos até San José de Matán, onde chegamos aproximadamente às 20h, nos hospedamos no Hotel Mitri (muito agradável), abastecemos o carro, jantamos, e descansamos para, no dia seguinte, cruzarmos toda a extensão do chaco argentino, em direção ao Brasil.

A parada em Metán foi idealizada com objetivo de encurtar um pouco o trajeto do dia seguinte (ganhamos uma hora de viagem), sem falar na maior facilidade de encontrar um hotel em uma cidade menor, com trânsito menos complicado (que também nos faria perder tempo no dia anterior, caso tivéssemos pernoitado em Salta).

Um comentário:

Unknown disse...

Olá pessoal.
Aqui é Rodrigo que entrou em contato com vocês no final do ano passado para tirar algumas dúvidas a respeito de dirigir e passear na Argentina e Chile.
Eu voltei da minha viagem há algumas semanas, que foi um sussesso graças às suas dicas. E já criei um blog também.
Abraços a todos