quarta-feira, 24 de setembro de 2008
SÁBADO - 19 DE ABRIL
No sábado, decidimos visitar a vinícola Concha y Toro, bastante conhecida no Brasil pelos vinhos Casillero del Diablo e Reservado. Saímos de carro do hotel, e após rodarmos em direção sul pela Avenida Vicuña Mackenna, até o seu final, dobra-se a direita e em menos de 20m se encontra a entrada da vinícola. A Concha Y Toro é uma das mais tradicionais vinícolas chilenas, fundada em 1883 por Melchor Santiago de Concha y Cerda (que dominava os segredos do vinho), e sua esposa, Emiliana Subercaseaux, que detinha, por herança de família, as terras onde foram plantadas as parreiras. Um belo passeio, iniciado com um rápido roteiro histórico da vinícola e incluindo uma saborosa degustação de três diferentes vinhos. Vale a pena, embora o preço que não seja tão camarada quanto as vinícolas argentinas. Acabamos sendo “cobrados” por alguns chilenos, que, com certa correção, nos criticaram por irmos a uma viníciola “turística”, pois dizem que ela é a vinícola dos brasileiros, e deveríamos conhecer outras com melhores vinhos, sem pagar para a degustação. Fica a informação para os viajantes, mas, de qualquer forma, como apreciadores do vinho desta vinícola, cremos que o passeio foi bem interessante. Um ótimo vinho a ser degustado, se me permitem a sugestão, é o Cabernet denominado Marquês de Casa Concha.
Retornamos da vinícola, almoçamos próximo ao hotel, em um restaurante bastante agradável, e à tarde, seguindo informações de alguns colegas que nos disseram que no Chile o preço de tênis é vantajoso, seguimos, via metrô, ao fabuloso Shopping Parque Arauco, embora as informações não tenham se confirmado. No final das contas, acabamos voltando para o hotel com caixas cheias de...... adivinhem? .... VINHO (que acabamos bebendo alguns dias depois, na “secura” do Deserto do Atacama)....
terça-feira, 23 de setembro de 2008
SEXTA-FEIRA – 18 DE ABRIL
Após o café da manhã, saímos para um passeio a pé no centro de Santiago, munidos de um guia impresso, e um mapa cedido pelo hotel.
Como optamos por um hotel bem localizado, não houve qualquer dificuldade para perambularmos pela cidade.
Algumas coisas chamam atenção, de cara, em Santiago. É uma cidade ordeira, embora a disposição das ruas (transversais, paralelas ou becos) não sigam a lógica de uma cidade planejada, o que torna o “rodar” e a localização um pouco mais difícil do que em Buenos Aires. As ruas estão inundadas de carros asiáticos (vimos muitos Hyundai, Kia, Nissan, e principalmente Toyota, que domina as ruas com o compacto Yaris), mas de forma geral a diversidade de marcas e veículos é muito superior ao que vemos no Brasil. Isso se deve ao fato do país não possuir montadoras locais, o que libera a importação de uma maior variedade de modelos, sem necessidade de altas taxas de importação para “proteção da industria nacional). Isso faz com que um carro como o Yaris (que, em termos de categoria, equivaleria ao Ford Fiesta), seja vendido por meros 22 mil reais (já feita a conversão). Outro detalhe, é que o povo Chileno é, digamos, “menos gracioso” que o Argentino ou Brasileiro (espero não estar sendo politicamente incorreto...rsrsrs).
Ah, tem mais um detalhe: ao andar pelas ruas de Santiago, tome cuidado, pois algumas delas parecem “calçadões”, típicos das grandes cidades brasileiras, calçadas de forma bastante semelhante, e diferente das ruas. Preste atenção, então, para não se surpreender “andando” (ou sentado, como nosso amigo aí da foto...hehehehe)em plena avenida....
Nosso primeiro destino ao grande centro de Santiago foi o Palácio de La Moneda, sede do governo chileno, localizado em frente à Praça da Constituicion. Construído originalmente para ser a Casa da Moeda local, foi erguido entre os anos de 1786 e 1812, e transformado em sede do governo em 1845. Traz um simbolismo histórico recente, por ter sido o local onde morreu Salvador Allende, o primeiro marxista a ser democraticamente eleito em um país da América Latina. A morte se deu em 1973, e até hoje existem versões discordantes entre ele ter se suicidado, ou então assassinado pelos golpistas comandados pelo General Augusto Pinochet, posteriormente ditador chileno.
Na praça, em frente ao palácio, há uma estátua homenageando Allende.
Dali seguimos até a famosa Plaza de Armas, ponto de referência da cidade, não apenas geográfico, mas também político, histórico, religioso e social. A partir dela que a cidade foi fundada em 1541, pelo espanhol Pedro de Valdivia (não confundir com o “palmeirense” Valdívia, aquele jogador de futebol murrinha). Vale, e muito, a visita à Catedral Metropolitana, que é de uma beleza extraordinária. Sentamos em um café, para apreciarmos o café Chileno e observarmos o movimento na praça (até parece que todo habitante de Santiago passa por ali, ao menos uma vez no dia). Estávamos próximos ao horário de almoço, e seguimos então para o Mercado Central, onde se destacam os preços camaradas de peixes e frutos do mar, e a diversidade impressionante de frutas, seja cristalizadas ou in natura.. Ali sofremos com o assédio dos garçons, oferecendo seus serviços. Enfim, acabamos encontrando um restaurante agradável, onde negociamos um bom preço (neste ponto – custo da alimentação – o Chile fica muito a dever à Argentina). Os pratos foram variados, entre um bom salmão até um belo risoto de frutos do mar. Após bebermos algumas cervejas, tivemos ainda a oportunidade de experimentar o famoso Pisco Sour, semelhante á nossa caipira, mas com um toque chileno. E não é que o danado provoca um bom efeito??? (haja visto a “alegria” com que todos saímos do restaurante, hehehe)... após o almoço uma passadinha rápida em uma Adega, para comprar alguns vinhos para noite e também algumas garrafas de pisco para trazermos para o Brasil. Sobrou tempo ainda para, no final da tarde, darmos um belo passeio pelo cerro de Santa Luzia, um lugar muito agradável, de onde se tem uma bela vista da cidade. É uma pena que o clima mais seco concentrava muito a poluição, o que dificultava a visão, ao fundo, da Cordilheira dos Andes.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
QUINTA FEIRA – 17 DE ABRIL
Acordamos pela manhã, já com saudades do local onde passamos dias maravilhosos, na paz dos Andes.
Novamente subimos a RN-7, agora com destino ao Chile, mas antes de chegar a Santiago, aproveitaríamos o caminho para apreciar mais algumas maravilhas da natureza.
Após passarmos novamente por Uspallata, começou a subida um pouco mais íngreme da cordilheira. Esperava alguma perda de potência do motor do carro, em função da altitude (explico: menor presença de oxigênio na atmosfera dificulta a “queima” do combustível dentro da câmara de combustão do motor, levando a perda de potencia), mas isso não se fez sentir neste trajeto, mesmo com o carro lotado. O trajeto desta viagem é espetacular, com paisagens deslumbrantes da cordilheira. Desnecessário dizer que isso motivou algumas paradas para belas fotografias. O trajeto envolve a passagem por dois vilarejos, chamados de Puente del Inca e Las Cuevas.
Pouco antes de chegar ao primeiro, há um local convidativo à introspecção e reflexão. Ali fica o Cemitério del Andinista, um pequeno “amontoado” de túmulos dedicado à memória daqueles que ousaram desafiar o majestoso Aconcágua, o maior pico das Américas. Do local já se avista o mesmo. Alguns túmulos datam do início do século passado, com “andinistas” (sim, pois o termo “alpinistas”, por correção, seria destinado àqueles que sobem os Alpes europeus) de todos os continentes. Vale a pena conferir, e prestar uma homenagem a estes intrépidos e corajosos aventureiros.
Logo após o cemitério, cerca de 2km, temos o povoado de Puente del Inca. No local existe uma ponte natural, em pedra, sobre o Rio Mendoza (fechada para trânsito de pedestres), com uma configuração bem interessante. No local existia, há anos, uma estância de águas termais, com hotel, que acabou soterrado por uma avalanche. O interessante é que a igreja junto ao hotel permaneceu em pé, perdendo apenas o teto.
Ali também há uma feira de artesãos, com exposição de belos souveniers a preços convidativos.
Puente del Inca não dispõe de muitas opções de acomodação, nem serviços bancários, portanto, vá preparado.
Ainda era de manhã, e seguimos então para o majestoso Parque Provincial Aconcágua. Aberto a visitação, gratuita, o parque oferece desde a caminhada mais curta até um mirante, ou uma caminhada um pouco mais prolongada (cerca de uma hora) até uma ponte, e dali também partem as expedições que vão “encarar de frente” o temível Aconcágua (nome de origem indígena, que significa “o Sentinela Branco”), com seus 6.962m de altitude.
Para quem quer se aventurar por um tempo ou distancia maior dentro do parque, existem diversos trekings e cavalgadas, com guias e custos adicionais. Recomenda-se a quem for “subir” a locais mais elevados do que os mirantes, um período de adaptação, pois os efeitos da altitude costumam ser nefastos ao organismo, podendo levar inclusive ao edema pulmonar ou cerebral.
Creio que seja desnecessário dizer o quanto é emocionante apreciar esse monumento da natureza, ainda que a uma distância bastante razoável. Mas com certeza, poderemos dizer, sempre “eu estive lá”.... esse é um local que nunca sairá da memória!
Após sairmos do parque (de facílimo acesso, ao lado da RN-7), nos encaminhamos até Las Cuevas. Bem antes de chegar ao povoado, passa-se por um posto de controle da Polícia Alfandegária, onde é necessário fazer a checagem do carro e passageiros. Sem essa checagem, poderá haver problemas para passar a aduana Argentino-Chilena.
Las Cuevas consegue ser ainda menor do que Puente del Inca, praticamente um amontoado de construções de cada lado da Ruta, e logo após o povoado adentra-se ao túnel Cristo Redentor, longo e estreito (cuidado com a velocidade, controlada), perfurando a cordilheira. Ao sair do Túnel, já estávamos na República del Chile. A aduana Chilena fica a poucos km da saída do Túnel. Lá, o controle é bastante rígido, sendo necessário passar por vários guichês (tanto para registrar a saída da Argentina como a entrada no Chile, e preencher diversos formulários). Para aqueles que não se atentaram a toda a papelada na entrada na Argentina, a decepção será inevitável, uma vez que serão detidos na aduana, portanto, muita atenção a todos os procedimentos aduaneiros.
A inspeção sanitária para entrar no Chile é bastante rígida, e não se premite adentrar com produtos in natura ou sementes. Explico: grande parte da Economia Chilena vêm da produção de frutos (uva = vinho...hehehe), e os chilenos levam muito a sério a prevenção de pragas que possam assolar suas plantações. Na verdade, viemos a saber que o país é praticamente isolado em relação à entrada de pragas, pois possui quatro barreiras naturais a invasão destas, sendo as geleiras glaciais ao sul, o deserto do Atacama ao norte, a Cordilheira dos Andes ao leste, e o Oceano Pacífico ao oeste.
Levava comigo uma Erva Mate para chimarrão (levei comigo, pois a argentina é péssima para os nosso gosto...hehe), que felizmente não “agredia” as normas. Muito cuidado, mais uma vez ao preencher a declaração do que está levando no carro, pois a revista ao mesmo é rigorosa antes da passagem da aduana, e caso tenha omitido algo, pode apostar como estará encrencado.
Cumpridas todas as exigências, lá fomos nós, desbravar o Chile.
O primeiro passo é descer os espetaculares Caracóis chilenos, uma seqüência de 25 curvas onde, por brincadeira, eu diria que é possível enxergar a placa traseira do carro pelo retrovisor lateral... o trânsito é extremamente lento e pesado, dado o grande número de caminhões que fazem o trajeto. Diria, também, que eles “descem a cordilheira parados”, tamanho a “reduzida” que fazem. A descida é bastante brusca, e o incômodo da pressão nos ouvidos é tal que parece que estamos pousando de um avião em cidade litorânea.
O Trajeto é igualmente belo, e na descida pudemos contemplar a beleza de um Condor, ave símbolo da região.
A chegada em Santiago se dá pela Rodovia dos Libertadores, adentrando na cidade pela Avenida Eduardo Frei. Novamente valeu, e muito, o estudo do trajeto até o hotel, feito pelo Google Earth, que nos levou, sem erros até o Hotel Montecarlo, localizado ao lado do Cerro Santa Luzia
A viagem toda, desde Potrerillos até Santiago, não passa de 260km, mas dado o potencial turístico e as belezas do caminho, é conveniente que se faça todo o percurso com um dia inteiro a disposição. Chegamos a Santiago pouco antes das 16 horas, nos instalamos no Hotel, cujas acomodações são agradáveis, sendo que aqui, novamente, nos valemos da ótima localização do mesmo para planejarmos nossos passeios. O anoitecer ainda nos dava um tempinho para um café em uma cafeteria próxima ao Hotel, e à noite nos deliciamos um churrasco argentino (é...rs) no Restaurante Patagônia.
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
QUARTA-FEIRA – 16 DE ABRIL
As cercanias de Potrerillos têm diversas atrações, algumas das quais não visitamos (como o Vulcão Tupungato), e oferece passeios, inclusive a cavalo. Na quarta-feira optamos por subir a Montanha novamente para Vallecitos. Já sem neve no caminho, subimos até 3.000m de altitude, em uma estrada de terra (em condições bastante razoáveis), em alguns trechos formando caracóis. A paisagem de Montanha é maravilhosa, excelente para aqueles momentos em que ficamos quietos, sentados, apenas apreciando a obra da Natureza. A estação de Esqui não tinha neve, mas nem por isso a subida foi menos proveitosa.
À tarde, almoçamos com nossos anfitriões, Toni e Gabriela, que nos prepararam uma excelente carne na panela, muito bem temperada e de paladar caprichado. Vou repetir novamente: um programa desses, com a paisagem Andina ao redor, e pessoas amigas por perto, é inesquecível. Esse foi nosso último dia em Potrerillos (infelizmente), e queremos recomendar este local, especialmente esta pousada, para qualquer viajante que curta um lugar aprazível, e cercado pelas mais belas paisagens que a natureza pode oferecer. Alcançamos plenamente nosso objetivo (já que demos um tiro no escuro) de desfrutarmos a montanha, em lugar que serviu muito ao repouso, em meio a uma viagem tão longa.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
TERÇA-FEIRA – 15 DE ABRIL
Pela manhã, retomamos a RN-7, e subimos ligeiramente até Uspallata. Trata-se de um pequeno povoado com aproximadamente 4 mil habitantes, situado em um vale encravado entre as montanhas da pré-cordilheira, com paisagens cinematográficas (não por acaso, foi o local onde foram filmadas as cenas do filme “Sete Anos no Tibet” com Brad Pitt). O acesso, partindo de Potrerillos (à 45km) ou de Mendoza (105km) se dá todo pela RN-7, o que significa uma Ruta toda asfaltada e com boas condições de tráfego. A primeira parte do trajeto é feito margeando o leito (quase seco, nesta época) do Rio Mendoza, uma estrada serpenteada, passando por diversos túneis escavados na rocha das montanhas que compõe o cenário, simplesmente deslumbrante. Junto ao rio correm também os trilhos da ferrovia (Ferrocariles), já abandonada, e, como viemos a saber posteriormente, serviu de via de acesso a imigração japonesa que atravessou os Andes, vindo dos portos chilenos, para se instalar na capital Argentina.
Uspallata é, por si só, uma bela atração.... uma vila pacata (onde encontramos alguns carros de Brasileiros, como nós), onde transitam carros antigos (cheguei a ver um C2 francês, de antes da 2ª Guerra), e uma população amistosa. Passeios na região envolvem o cerro de sete colores (não confundir com o homônimo, em Purmamarca, no norte do país), e as Bóvedas de Uspallata, uma reconstrução dos antigos fornos de fundição de metais utilizados pelos espanhóis na época da colonização e exploração do local. A paisagem das montanha em torno do vale é realmente deslumbrante (estou sendo repetitivo, eu sei, mas acreditem, é necessário).
Também por Uspallata têm-se o acesso à RP-52, outra ligação com a cidade de Mendoza, um passeio turístico por uma estrada de Rípio (cascalho) famosa pelas Curvas de Villavicencio, um “complexo” de 365 curvas, formando caracóis, com entre-meio da Estação de águas Termais de Villavicencio. Não nos aventuramos neste caminho, mas as referências do passeio foram boas.
Retornamos à cabana para alimentar-nos com um bom e apetitoso hot-dog, que apenas preparou nossos estômagos para um delicioso pernil de Cordeiro da Patagônia, que preparamos para o jantar... acompanhamentos? Bem, tinha aquele vinho, sabe..... é, ok, foram vários, mas, estávamos de férias, portanto, we enjoy it......
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
SEGUNDA-FEIRA – 14 DE ABRIL
Acordamos cedo, o céu se encontrava totalmente aberto, sem nuvens, prenuncio de um dia gelado. Realmente o gramado em frente às cabanas se encontrava coberto pela geada. Acionei o motor do carro, funcionou perfeitamente, mas quando fui esguichar água no parabrisa, não saiu nada, pois ela estava congelada dentro do reservatório. Como o carro funcionava perfeitamente, seguimos para Mendoza. Duro foi manter as mãos ao volante, muito frio, até que o ar condicionado funcionasse a pleno vapor.
Chegamos em Mendoza, e fomos ao Wall-Mart fazer compras para os dias que ainda passaríamos em Potrerillos, especilmente Carne e Vinho. O vinho é muuuuito barato, chegando a menos de um terço do preço no Brasil. Saindo do mercado, naquele bate-papo normal, fomos flagrados em uma blitz. Ao ver os policiais, me dei conta da distração: esqueci de ascender os faróis (obrigatório mesmo durante o dia). Tentei explicar que havia saído do mercado, e que acenderia os faróis assim que chegasse á Rodovia, mostramos as compras, mas não teve jeito: o cara falou novamente em multar. Ai, não tive dúvidas, desci do carro, e perguntei ao cara se eu poderia pagar a multa ali mesmo, já que “estávamos de passagem” e não poderíamos perder tempo. Ele retrucou que sim, seria possível, mas disse que “não poderia dar recibo” (que cara de pau). Falei que não teria problemas, ao que ele pediu 100 pesos, respondi dizendo que só tinha 50, ele aceitou, e assim acabamos nos tornando contraventores (detesto essa situação, mas não vimos outra saída).
Seguimos em direção ao centro de Mendoza, onde fomos ao Banco pagar a multa da sexta-feira. Ato concluído, tomamos o rumo de San Martin, buscar a carteira de motorista apreendida. Chegamos a Delegacia indicada, e o documento não estava lá. Constatamos que havia inúmeras carteiras de motoristas brasileiras apreendias, dentro de uma caixa de sapato, provavelmente de outros turistas como nós, mas que não foram buscar o documento. Imaginei que o pessoal foi embora sem pagar a multa, munido da carteira internacional, provavelmente. Devem ter tirado uma segunda via no Brasil.
Fomos então encaminhados a uma segunda delegacia, onde finalmente recuperamos o documento. Retornamos à Potrerillos, e assim terminou nosso dia.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
DOMINGO – 13 DE ABRIL
Na madrugada, o frio aumentou, e acordei com um barulhinho de chuva (mas naquele frio? hum, será?). Descortinei a janela, mas a escuridão não permitia ver nada.Voltei a dormir, e na manhã seguinte, bem cedo, ao acordar e olhar pela janela, foi que percebemos o que estava acontecendo: nevava! Fenômeno raro nesta época do ano, a neve supreendeu até os moradores do local, e nós a encaramos como um presente divino após todo o sufoco da viagem entre Buenos Aires e Mandoza. Entenderam agora porque eu disse acima que tivemos "sorte" em optar por um hotel ruim em Mendoza? Se não fosse assim, teríamos passado o final de semana naquela cidade, e teríamos perdido a neve, que acabou sendo um dos momentos sublimes da nossa viagem. Era domingo de manhã, saímos para passear, deslumbrados com a paisagem fantástica. Tirei o excesso de neve de cima do carro, e após consultar o Toni, subimos estrada de terra em direção à Vallecitos, uma estação de esqui localizada mais acima de Potrerillos, portanto , onde a neve era ainda mais abundante. Subimos, mas como a estrada começava a ficar mais escorregadia, e a neve mais alta, não fomos até o final, mas paramos para brincar na neve e registrar em fotografias toda a beleza do lugar. VOltamos mais tarde para o chalé, onde fizemos nossa primeira parillada, novamente regada a vinho, e nos preparamos para o dia seguinte, quando "resgataríamos" a carteira de motorista, de volta a San Juan.