terça-feira, 21 de outubro de 2008
TERÇA-FEIRA – 22 DE ABRIL
Com o céu maravilhosamente azul, "zarpamos" de Calama 9:00h da matina, e seguimos rumo a San Pedro de Atacama, a rústica e famosa base para exploração daquele que é considerado o deserto mais árido do mundo: o Deserto do Atacama. Aproveitamos para completar o tanque de combustível em Calama, já que o combustível é mais caro em San Pedro, que nada mais é do que um povoado, com um único "posto" de combustível. O trajeto é rápido, visto que são apenas 100 km de distância entre as cidades. O visual continua magnífico, por isso, aconselho fazer o trajeto sempre durante o dia, pois as paisagens que se descortinam são de encher os olhos... uma beleza rústica, contrastando uma tonalidade amarelada do terreno com o azul do céu.
Ainda antes de chegar a San Pedro, paramos para admirar em um mirante o circuíto espeleológico do Valle de La Luna, na reserva nacional de los flamencos (fotos ao lado, propaganda do Honda??? hehe). Todo o possível cansaço de uma viagem tão longa se desfaz perante a tranquilidade que emana do local (e que é maior ainda nas lagunas altiplânicas, à qual relatarei mais adiante). Ficamos ali um bom tempo, já avistando o oásis esverdeado que é a vila de San Pedro.
San Pedro é a capital arqueológica do Chile, localizada em uma depressão chamada de "depreción pré-altiplânica", a 2.438m de altitude. A depressão é limitada pela Cordilheira del Domeyco à oeste, e a Cordilheira dos Andes à leste. O local era habitado pelos povos atacameños antes do descobrimento, foi conquistado pelos Incas por volta de 1450, e finalmente conquistada pelos espanhóis, em 1540. Como não poderia deixar de ser, os espanhóis impuseram sua cultura aos povos locais, embora um requício da cultura atacamenha possa ser visto nos habitantes locais, mas me pergunto se isso não seria, agora, apenas algo "para turista ver".
Chegamos na vila, e fomos procurar uma pousada... são inúmeras, e mesmo nessa época, era possível encontrar pousadas com lotação esgotada. Acabamos optando por uma pousada chamada Don Raul, menos pelos seus atrativos em termos de conforto, mas sim por ter sido muito bem indicada no guia que consultamos, ser bastante procurada por brasileiros, e por termos sido muito bem atendidos pelo cara que cuida do local, Rene. Ele dá ótimas dicas sobre o local, visitação, período adequado, roupas adequadas, enfim, conseguimos visitar muitos locais em pouco tempo, graças as dicas preciosas do amigo.
Após nos instalarmos, fomos almoçar (restaurantes relativamente - mas não demasiadamente - caros, os pratos custam, em média, 6.500 a 8.000 pesos por pessoa, ou seja, 26 a 32 reais), e dar uma volta pela vila. Todo o local é construído em adobe, preservando as fachadas coloniais, que dão um aspecto extremamente charmoso ao lugar. Ah, devo lembrar aos viajantes, que beber em local público é crime.... bebida alcoólica só pode ser servida e consumida em locais com permissão da prefeitura, portanto, não pague o mico por beber uma cervejinha na praça ou nas ruas... vc poderá ser preso.
A Igreja local, é uma bela atração, e embora não se saiba a data correta da sua construção, ela foi declarada paróquia ainda em 1641. Localiza-se junto à praça, de onde se visita ainda o Museu Arqueológico de Padre La Paige, além da casa que serviu de residência ao heroi nacional Pedro de Valdívia, erguida em junho de 1540.
Mais ao final da tarde, saímos de carro, para visitar o Valle de la Luna, onde observamos algumas formações rochosas, como as Três Marias, e algumas cavernas. Mas o ponto alto (literalmente) do passeio é subir as dunas para observar o Pôr do Sol (mais um, eu sei....hehehe). Sem dúvidas, um momento cinematográfico, onde descobri que minha câmera digital ficara sem bateria.... tst tst tst. Ainda bem que tinhamos o equipamento profissinal do aficcionado Alessandro... hehehe.
Descemos as dunas já na escuridão (fomos os penúltimos a descer, "apressados" por um casal francês que estava lá em cima, e que fez "não sei o quê" após nossa partida... hehehehe - mas olha, não devemos censurá-los, pois o local realmente é convidativo para "momentos românticos e agradáveis".... hehehe).
Convêm fazer aqui o adendo de que à tarde, a temperatura é alta, e é desejável que os passeios sejam feitos com roupas leves (e bebendo muita água), enquanto que assim que o sol se pôe, torna-se necessário a vestimenta de roupas quentes, visto que o frio chega instantâneamente, e a sensação térmica tende a ser maior, devido ao vento.
Voltamos à vila, onde fizemos um passeio noturno, e resolvemos por lanchar algumas empanadas, na própria pousada, bebericando aquele delicioso vinho que trouxemos no porta-malas.....
domingo, 12 de outubro de 2008
sábado, 4 de outubro de 2008
SEGUNDA-FEIRA – 21 DE ABRIL
Saímos de La Serena, após o café da manhã, às 8:00h. Seguimos viagem de La Serena em direção a Calama, sempre na Ruta Panamericana.. Praticamente todo o percurso foi de pista simples, mas com ótimo pavimento e pouco movimentada. Passamos por alguns postos dos Carabineros Chilenos, mas, ao contráro da Argentina, não fomos parados em nenhum deles. Minha impressão é de que o número de policiais argentinos é muito maior (e consequentemente, talvez, a remuneração menor), o que os leva a buscar uma “fonte extra” de receita. A vista do Pacífico esteve sempre à nossa esquerda, e a vista do deserto passou a estar cada vez mais presente à nossa direita. Esse contraste entre o azul do oceano e o tom amarelado e poeirento do deserto foi outro ponto de destaque na nossa bela viagem. Durante este trajeto, existem poucas cidades com boa estrutura que sirvam como uma base para os viajantes, por isso, atente-se às distâncias e à hora, para o planejamento adequado. De todo o trajeto entre La Serena e Calama, eu recomendaria apenas duas cidades para pouso, que seriam Copiapó e a cidade famosa e portuária de Antofagasta. Após passar por Chañaral, a Ruta se afasta da costa, e adentra um pouco ao interior do Chile, e permanece assim até chegar em Antofagasta. Neste último trajeto, encontramos a estrada em obras, exigindo alguns desvios e nos fazendo perder um tempo. Também nos tirou a oportunidade de ver mais de perto uma escultura chamada La Mano del Desierto, construída em 1992 pelo escultor chileno Mário Irrarazabál (vide foto), localizada 75km ao sul de Antofagasta, ao lado da Ruta 5.
Chegamos a Antfagasta, distante 700km de La Serena, às 17:00. Havíamos combinado de pernoitar nesta cidade, mas, com uma hora de claridade pela frente, decidimos seguir viagem. Rodamos mais 78km pela Ruta Panamericana, e então pegamos um desvio à direita, em uma bifurcação bem sinalizada da estrada, caindo na Ruta 25. Já era noite, o que tornava o trajeto mais perigoso. No entanto, acabamos chegando, sem percalços, à Calama, às 20:00h, após rodarmos mais 137km na Ruta 25, a passarmos por uma empresa mineradora imensa, que mais parecia uma cidade (não consegui identificar qual a empresa). Assim, rodamos, no total, 915km neste dia.
Calama é a cidade-base de uma região onde a economia gira em torno da mineração. É lá que se encontra a maior mina de cobre a céu aberto do mundo.
Os flamenguistas (entre os quais nos EXCLUÍMOS com veemência, hehehe), irão lembrar que foi ali, em pleno “deserto”, que o Flamengo jogou a primeira partida da final da Libertadores de 1981, quando enfrentou o Cobreloa (percebam a semelhança do nome à “cobre”), equipe de Calama, antes de se sagrar campeão da Libertadores e do mundo, em um time de craques (temos que reconhecer) como Raul, Junior, Andrade, Adílio e Zico.
Tivemos dificuldades para encontrar um Hotel na cidade (a dica é: se forem pernoitar em Calama, melhor reservar um hotel), pois o local recebe inúmeros estrangeiros que vem negociar o minério da região, além dos próprios engenheiros e demais trabalhadores da mineração.
Acabamos conseguindo um quarto só, em uma verdadeira espelunca chamada “Hotel Casa Blanca”, que sequer tinha estacionamento. Não recomendamos o local para ninguém. Para se ter uma idéia, o banheiro era imenso, maior do que o quarto, mas dava a impressão de que o mesmo tivesse sido visitado, em algum momento, pelo Jason personagem da série “Sexta-feira 13”. A estadia nos custou 35.000 pesos chilenos, ou R$ 150,00 (curiosidade: tentamos negociar um desconto com a Sra. que nos atendeu. Ela disse que era possível, e então pediu 38.000 pesos pelo quarto, qua já havia sido negociado por 35.000.. .que desconto maluco é esse????? Optamos por pagar a tarifa “cheia”, e evitar o “desconto”...hehehehehe). Saímos para jantar, no Restaurante Bavária, onde nos servimos de um extra-big sandwich estilo alemão, saboroso, com um molho especial chileno, acompanhado por uma não menos “big” caneca de Chopp (ou foram várias canecas???).
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Domingo - 20 de Abril
Logo de manhã pegamos estrada em direção à próxima parada. Optamos por não visitar as famosas cidades de Valparaíso e Viña del Mar, uma vez que esses locais se destacam por serem balneários (praias), ou alguém tem alguma dúvida de que se o objetivo fosse visitar praias, o melhor seria permanecer no Brasil??? Bem, mas, é claro, não poderíamos deixar de conhecer, ou, como diríamos, molhar nossos corpos no Oceano Pacífico, nem de apreciar o Pôr do Sol em um oceano do oriente. Assim, planejamos a viagem de forma a passarmos a tarde e a noite na cidade litorânea de La Serena, bem ao norte de Santiago, já no caminho do Atacama. Facilmente localizamos a saída da capital chilena, ajudados pelo fato de ser domingo de manhã, sem aquele trânsito infernal que poderia dificultar a identificação das ruas corretas. A viagem até La Serena segue pela Ruta 5, a famosa Ruta Panamericana, uma vez que ela conecta o extremo sul do Chile, nas geleiras, até a América Central, passando por diversos países sul-americanos. As estradas são ótimas, embora os pedágios e a gasolina sejam mais caros do que na Argentina. Neste primeiro trecho, gastamos quase que a mesma quantia no pedágio do que o gasto com combustível. O litro da gasolina, de boa qualidade, custava próximo a $570 pesos chilenos, o equivalente a R$ 2,30. Mas lembre-se de que o rendimento do carro aumenta em aproximadamente 10%, devido a qualidade do combustível, isento de misturas. Para chegar a La Serena percorremos 581Km, em um trajeto que durou pouco mais de 5 horas, chegando na cidade às 12:30h. Durante a viagem, tivemos nosso primeiro contato visual com o Pacífico, outro ponto alto do nosso passeio, já que a Rodovia margeia o oceano durante uma grande parte do trajeto.
Chegamos, e fomos de pronto à praia. Até tínhamos planos de nos banharmos, mas, o tempo estava encoberto, o mar não era limpo (nem a areia), e a água bastante fria. Optamos por procurar um restaurante (nos quais tomamos um susto, visto o preço exorbitante cobrados pelos frutos do mar, em uma cidade litorânea), e aproveitamos um bom almoço em restaurante à beira-mar.
Nos instalamos em uma cabana de um complexo para “veranistas”, cuidadas por um sujeito simpático, chamado Pedro, e fomos curtir o pôr do sol do Pacífico, que foi magnífico, e proporcionou belíssimas fotos. À noite na cabana, jantamos uma deliciosa pizza e, para ser um pouco diferente, tomamos um bom vinho (hehe), antes de cairmos na cama, embaixo de “alguns” cobertores, visto que a temperatura caiu drasticamente naquele dia.
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