sábado, 4 de outubro de 2008

SEGUNDA-FEIRA – 21 DE ABRIL



Saímos de La Serena, após o café da manhã, às 8:00h. Seguimos viagem de La Serena em direção a Calama, sempre na Ruta Panamericana.. Praticamente todo o percurso foi de pista simples, mas com ótimo pavimento e pouco movimentada. Passamos por alguns postos dos Carabineros Chilenos, mas, ao contráro da Argentina, não fomos parados em nenhum deles. Minha impressão é de que o número de policiais argentinos é muito maior (e consequentemente, talvez, a remuneração menor), o que os leva a buscar uma “fonte extra” de receita. A vista do Pacífico esteve sempre à nossa esquerda, e a vista do deserto passou a estar cada vez mais presente à nossa direita. Esse contraste entre o azul do oceano e o tom amarelado e poeirento do deserto foi outro ponto de destaque na nossa bela viagem. Durante este trajeto, existem poucas cidades com boa estrutura que sirvam como uma base para os viajantes, por isso, atente-se às distâncias e à hora, para o planejamento adequado. De todo o trajeto entre La Serena e Calama, eu recomendaria apenas duas cidades para pouso, que seriam Copiapó e a cidade famosa e portuária de Antofagasta. Após passar por Chañaral, a Ruta se afasta da costa, e adentra um pouco ao interior do Chile, e permanece assim até chegar em Antofagasta. Neste último trajeto, encontramos a estrada em obras, exigindo alguns desvios e nos fazendo perder um tempo. Também nos tirou a oportunidade de ver mais de perto uma escultura chamada La Mano del Desierto, construída em 1992 pelo escultor chileno Mário Irrarazabál (vide foto), localizada 75km ao sul de Antofagasta, ao lado da Ruta 5.
Chegamos a Antfagasta, distante 700km de La Serena, às 17:00. Havíamos combinado de pernoitar nesta cidade, mas, com uma hora de claridade pela frente, decidimos seguir viagem. Rodamos mais 78km pela Ruta Panamericana, e então pegamos um desvio à direita, em uma bifurcação bem sinalizada da estrada, caindo na Ruta 25. Já era noite, o que tornava o trajeto mais perigoso. No entanto, acabamos chegando, sem percalços, à Calama, às 20:00h, após rodarmos mais 137km na Ruta 25, a passarmos por uma empresa mineradora imensa, que mais parecia uma cidade (não consegui identificar qual a empresa). Assim, rodamos, no total, 915km neste dia.

Calama é a cidade-base de uma região onde a economia gira em torno da mineração. É lá que se encontra a maior mina de cobre a céu aberto do mundo.
Os flamenguistas (entre os quais nos EXCLUÍMOS com veemência, hehehe), irão lembrar que foi ali, em pleno “deserto”, que o Flamengo jogou a primeira partida da final da Libertadores de 1981, quando enfrentou o Cobreloa (percebam a semelhança do nome à “cobre”), equipe de Calama, antes de se sagrar campeão da Libertadores e do mundo, em um time de craques (temos que reconhecer) como Raul, Junior, Andrade, Adílio e Zico.

Tivemos dificuldades para encontrar um Hotel na cidade (a dica é: se forem pernoitar em Calama, melhor reservar um hotel), pois o local recebe inúmeros estrangeiros que vem negociar o minério da região, além dos próprios engenheiros e demais trabalhadores da mineração.
Acabamos conseguindo um quarto só, em uma verdadeira espelunca chamada “Hotel Casa Blanca”, que sequer tinha estacionamento. Não recomendamos o local para ninguém. Para se ter uma idéia, o banheiro era imenso, maior do que o quarto, mas dava a impressão de que o mesmo tivesse sido visitado, em algum momento, pelo Jason personagem da série “Sexta-feira 13”. A estadia nos custou 35.000 pesos chilenos, ou R$ 150,00 (curiosidade: tentamos negociar um desconto com a Sra. que nos atendeu. Ela disse que era possível, e então pediu 38.000 pesos pelo quarto, qua já havia sido negociado por 35.000.. .que desconto maluco é esse????? Optamos por pagar a tarifa “cheia”, e evitar o “desconto”...hehehehehe). Saímos para jantar, no Restaurante Bavária, onde nos servimos de um extra-big sandwich estilo alemão, saboroso, com um molho especial chileno, acompanhado por uma não menos “big” caneca de Chopp (ou foram várias canecas???).

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