sábado, 23 de agosto de 2008

SEXTA-FEIRA – 11 DE ABRIL


(jurava que era uma sexta-feira 13, vcs verão abaixo o porquê)

Acordamos bastante cedo, retirei o carro no estacionamento e às 6:00hs estávamos a caminho de Mendoza. A saída de Buenos Aires foi tranqüila, seguimos a Nove de Julho até o final, onde viramos à esquerda pela Auto-Pista até a saída para a RN-7 (tudo muitíssimo bem sinalizado, aqui novamente valeu o estudo do mapa antes de entrar no carro). A RN-7 é uma estrada movimentada, sem ser duplicada e com movimento intenso de caminhões. No entanto, o asfalto é perfeito, e a estrada praticamente reta e plana, o que não deixa dificuldades para ultrapassagens. A viagem seguia tranqüila até pararmos para abastecer em Rufino, em um posto localizado no entroncamento com a RN-33, após rodarmos 375km. Tomamos um café e realizamos a troca de motorista, e o problema é que uma das saídas do posto dava para a RN-33. A distração nos custou uma jornada em direção nordeste (quando deveríamos seguir à oeste), prejudicados ainda pelo tempo encoberto e ausência do sol para localização – índios, eu sei..... Foram 95km rodados até um trevo da RN-33 e RN-8, em Veneado Torto, quando surgiu o dialógo:

“- e agora, que direção tomamos?”, ao que a resposta foi:

“- segue sempre a RN-7”. O susto foi a frase seguinte:

“- aqui não tem RN-7”

Paramos para a consulta ao mapa, que indicou nosso equívoco. Assim, tivemos que seguir pela RN-8, em direção à Rio Cuatro, vindo a reencontramos com a nossa querida RN-7 na altura de Vila Mercedes. Foi um pequeno percalço de 175km.

Após rodar mais algum tempo, fomos parados em um ponto de vigilância sanitária, já na província de Mendoza, na altura de La Paz. Ali tivemos todo o carro revistado, inclusive nossas malas, que foram “fuçadas” por um cão pastor alemão, treinado para rastrear drogas. Duro foi ver o danado entrando no carro e no porta-malas, pisoteando tudo com aquelas patas sujas de poeira. De qualquer forma, os policiais foram gentis, e estavam lá para fazer o seu trabalho.

Após sermos liberados, seguimos viagem tranquilamente, cansados e “mirando” nosso alvo (Mendoza), quando, em um trecho de estrada que eu chamaria de “reta-torta”, com excelente visibilidade e o tráfego de um caminhão lento, fizemos uma ultrapassagem em faixa contínua, observados, ao longe, por um guarda rodoviário. Ato contínuo, ele nos mandou parar, solicitou documentação e fez aquela perguntinha danada em portunhol “sabe por que los parei?”. Sabíamos bem, e naquele momento pintou a dúvida: tentamos “contornar” o problema, ou aceitamos a penalidade? O cara era mal-encarado, não nos deu muita abertura, e como sabíamos que estávamos errados, acabamos aceitando a multa. O problema é que o sistema argentino apreende a carteira do motorista, e só devolve após o pagamento da multa, que por sinal é salgadíssima (555 pesos, ou 300 e tantos reais), e só viemos a saber disso depois. Para piorar, não tínhamos nos dado conta de que era sexta-feira, e dado o adiantado da hora (após 18hs) teríamos que aguardar a abertura do Banco de La Nacion, até segunda-feira, para fazer o pagamento e “resgatar” o documento. A documentação teria que ser retirada em San Martin, distante a uns 70km de Mendoza, com potencial efeito de mudar nossos planos para aquele final de semana, uma vez que tencionávamos ficar apenas uma noite em Mendoza, conhecer suas vinícolas, e seguir para Potrerillos, nosso destino final naquela região.

Cansados e abatidos com aquela situação, seguimos caminho até Mendoza, onde chegamos por volta de 20:20hs (atraso de mais de 2 horas em relação ao planejado, causado pelo engano de rota e multa). Sem muita disposição para procurar hotel, acabamos ficando no primeiro que apareceu. A decisão inicial era de permanecermos até segunda-feira, quando pagaríamos a multa e resgataríamos a carteira. Fizemos o pagamento das diárias, mas, para nossa sorte (isso mesmo), o serviço do Hotel era péssimo, e ao acordarmos no dia seguinte propus a todos solicitarmos o cancelamento das diárias adicionais e devolução do dinheiro, e seguirmos nossa idéia original, ou seja, uma passeio pela vinícolas de Mendoza e a tardinha seguirmos a Potrerillos (distante cerca de 60km de Mendoza) a qual conhecíamos apenas via Internet. Na segunda-feira, retornaríamos para cumprir com nossas obrigações. Decisão tomada, seguimos nosso rumo.

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