sábado, 20 de dezembro de 2008

SEXTA-FEIRA - 25 DE ABRIL




A Viagem entre San Pedro de Atacama, e Salta, na Argentina (que seria nosso destino final), se faz em um trajeto de 511km, todo asfaltado, com bom pavimento, pouco movimentada na maior parte do caminho. Seguir essa estrada é uma maravilha, pois ela passa por paisagens realmente encantadoras, por isso resolvi dividir a postagem em três etapas.

Saímos de San Pedro 9 horas da manhã (horário de Brasília), após fazer os trâmites aduaneiros na aduana de San Pedro. Esse é um detalhe importante, uma vez que os mais desavisados podem pensar que a aduana ficaria mais próxima à fronteira. Não é o caso. O último posto onde vc legaliza a papelada chilena é na Vila de San Pedro, atentem para este detalhe. Ao contrário de toda a gentileza que recebemos nos locais em que passamos no Chile (excessão ao hotel de Calama, referido em postagem anterior), o atendimento na aduana foi extremamente grosseiro, pois ficamos em dúvidas quanto aos trâmites. Ocorre que lá foram carimbados e recolhidos nossos papéis de entrada no país, e achávamos que teríamos que levar algum tipo de "liberação" para cruzar a fronteira, o que acabou nao sendo necessário. Perguntei isso várias vezes à oficial que nos atendeu, e ela muito grosseiramente utilizou de um linguajar inteligível (não fez nenhum esforço para se fazer entender), e nos deixou inseguro quanto a seguir a viagem.. mas, lá fomos nós...
Ah sim, na aduana encontramos outro grupo de motociclistas brasileiros, desta feita em maior número, vindos de Santo Ângelo - RS.

Logo no início, o trajeto (feito pela Ruta 27) é plano, mas logo se inicia uma subida não tão íngreme, mas muito, muuuuuitoooo longa.... Associado à sequência de curvas (que ajudam a reduzir a velocidade, ou o "embalo" como diria), a redução das marchas se faz necessário com muita frequência, e foi nesse trajeto que sentimos a perda de potência do motor com a altitude e redução do O2. Lá estava eu, embalando o carro em segunda marcha, engatando a terceira, para, logo depois, ter que retornar à segunda.... aí, giro subindo, embalou, engatou terceira, e.. cai de novo, segunda... hehehehe...

O ponto alto deste início é a passagem "próxima" ao Vulcão Licancabur, que na verdade domina toda a paisagem ao redor do Deserto do Atacama. Ele se localiza na fronteira entre Chile e Bolívia, e seu cume está a 5.916m de altitude.
Bem, após vencer a subida, chegamos a um verdadeiro planalto, sem sofrimento, em que pudemos "deslizar" em alta velocidade em direção ao Passo de Jama (assim chamado o local fronteiriço entre Chile e Argentina), não sem antes passar por belas paisagens, que são assunto da próxima postagem.

domingo, 14 de dezembro de 2008

QUINTA-FEIRA - 24 DE ABRIL (tarde)




À tarde, ainda houve tempo para um passeio rápido às cercanias de San Pedro, ao Pukará de Quitor. Os pukarás eram fortificações atacamenhas, construídas com pedras unidas por argila, nas encostas de morros. Esta, especificamente, data do século XII, e foi parcialmente reconstruída, se tratando de aproximadamente 200 estruturas de tamanhos diferentes.
Este local foi invadido e conquistado pelos espanhóis em 1540, conquista facilitada pelo espanto dos indígenas com os cavalos, elmos e armas de fogo portados pelos conquistadores. Portanto, embora em número muito menor, a forte impressão causada pelos espanhóis nos indígenas é que selaram o destino destes últimos.
No mesmo local, fizemos uma trilha em subída forte até um monumento erguido recentemente para celebrar os 500 anos do descobrimento da América.
No retorno, abasteci o carro no único posto de combustível de San Pedro, com uma localização sofrível, praticamente dentro de um hotel.

À noite, saímos com nossos amigos motociclistas para um agradável jantar, onde contamos e ouvimos muitas histórias, com boas gargalhadas... É isso, conhecer pessoas amigas é outro ponto forte de qualquer viagem... Eles seguiram viagem em direção à Iquique, com finalidade de se dirigir ao norte, até o Peru. Sorte, sempre, aos amigos...

De nossa parte, regressamos ao hotel onde acertamos as contas (foram 3 diárias, um total de 84.000 pesos por casal - ou R$ 336,00), e nos preparamos para o dia seguinte, onde iniciaríamos nosso regresso ao Brasil, não sem antes passar por novos cartões postais, uma vez que o trajeto entre San Pedro de Atacama e Jujuy, na Argentina, por si só, já vale um roteiro turístico. Considerem isso, se estiverem planejando tal viagem... aguardem a próxima postagem.

QUINTA-FEIRA - 24 DE ABRIL (manhã)





Visitamos os Gêiseres del Tatio. Acordamos de madrugada, já que o trajeto até os Gêiseres, de 99km, é percorrido em duas horas, em uma estrada bastante ruim (portanto, melhor fazer o passeio oferecido pelas inúmeras agências de turismo locais). Negociamos o passeio a 16.500 pesos por pessoa (aprox. 66 reais), mais o custo de entrada no parque, de 3.500 pesos (ou 15 reais). Na saída, ainda na pousada, conhecemos nossos parceiros naquela viagem, um animado grupo de motociclistas de Foz do Iguaçú (Motociclistas Condores - aliás, um belo trocadilho "com dor", hehehe), que se mostraram ótimas companhias para o passeio. Bastante agasalhados, seguimos a jornada, que se faz em uma estrada muito ruim, aos solavancos, e confesso que alí foi a primeira vez na viagem que fiquei um tanto enjoado, menos em função da altitude, mas devido ao "sufocamento" dentro do veículo (uma van), que tem que viajar com os vidros fechados não apenas pelo o frio, mas pela poeira terrível que, mesmo assim, adentra ao carro.
Após sacolejar por pouco mais de duas horas, chegamos ao local, onde pudemos aferir no termômetro uma temperatura de 8 graus NEGATIVOS. O dia amanhecia, e é neste horário que se vê com maior exatidão o que são os famosos Geysers del Tatio...

O local se encontra à 4.320m acima do nível do mar, e é na verdade o cume de um vulcão extinto, de onde saem jatos de vapor e água fervente, através das fissuras da crota terrestre. A água é aquecida pelas rochas vulcânicas quentes, e chegam a atingir 85°C. É curioso observar os guias cozinhando ovos dentro das fendas. O frio é intenso, e é aconselhavel a utilização de roupas impermeáveis, pois caso suas roupas ficarem úmidas com o vapor proveniente do Gêiser, a sensação térmica piora, e muito.

Ainda dentro do parque, pode-se visitar uma área com piscinas termais, onde a água aquecida faz um contraponto ao frio impiedoso, e permite aos turistas um "agradável" banho (hahaha... "bom" mesmo é tirar a roupa para entrar na água, ou então aquele intervalo entre o sair da água, secar o corpo, e vestir a roupa aquecida novamente.... comigo nããããoooooo...). Mas, para deixar nossa marca brasileira no local, Alessandro topou a aventura.. e gostou - ao menos foi o que ele nos falou... hehehe). Outro detalhe é a desenvoltura como os(as) europeus(eias) "trocam" de roupa perante os olhos de todos os seus semelhantes presentes no local... parece até que estão sozinhos, na intimidade do seu banheiro.. hehehe... Mas vejam bem, melhor não considerar isso como atração, a não ser que vc seja o tipo de pessoa que adora tomar sustos... kkkkkkkkkkk.

No caminho de volta, visita-se o povoado de Machuca. Eu, na verdade, chamaria o local de "despovoado", uma vez que não mais do que 10 ou 15 pessoas habitam o local. Parada estratégica para provar um delicioso churrasco de carne de lhama. Sim, delicioso mesmo, do tipo churrasquinho de gato (fiz a experiência de chamar alguns gatos que existiam no local por lhama, para ver se algum atendia, mas parece que a carne que comemos pertencia mesmo ao animal enovelado e de pescoço comprido).

Assim, bem servidos, retornamos à San Pedro, sem qualquer inconveniente, após um belo passeio.

domingo, 16 de novembro de 2008

QUARTA-FEIRA - 23 DE ABRIL (tarde)





Próximo ao final da tarde, nos dirigimos então para visitar o salar do atacama, mais especificamente o chamado "Sector Soncor Y Laguna Chaxa". O local se situa a 24km de Toconao (62km de San Pedro), no setor oriental do Salar de Atacama.

Esta salar tem uma área de 320.000 hectares, e está a 2.300m de altitude. Sua superfície parece uma área arada, com terra revolvida, mas na verdade esse aspecto se dá pela acumulação de cristais que são produzidos pela evaporação das águas subterrâneas, que tem uma intensa carga salina. O terreno é muito duro, formado pelas crostas de sal. Na superfície do salar afloram as águas provenientes dos Andes, originando sistemas hídricos que forma um conjunto de corpos lacustres de baixa profundidade, unidas por canais naturais. São "habitadas" por abundantes formas de vidas microscópicas (algas unicelulares e microinvertebrados), que se constituem na dieta da fauna do setor, que envolvem exuberantes flamingos, catís e a gaivota andina, além de animais como o Ratón e Lagartixas.

Há, no parque, uma sede, na qual são oferecidas explanações acerca do lugar, e o atendimento é bastante cordial. O passeio entre o salar é bastante interessante, para a observação das formações, e ao final, chega-se às lagoas onde, na maior tranquilidade, alimentam-se os flamingos, animais realmente exuberantes, que contrastam sua beleza com a aridez do local. Ah, o pôr do sol??? Bem, o pôr do sol... sem comentários...

Saímos de lá já com a noite caíndo, e chegamos em San Pedro com noite escura (é sempre uma sensação "estranha" vagar pela noite em locais sem qualquer iluminação, apesar de termos a absoluta segurança quanto à direção que estávamos tomando, digamos que descobrimos uma certa preferência pela "claridade"... rs). Neste dia procuramos dormir cedo, após uma alimentação leve e bebermos muita água (essa é uma recomendação primordial: beba muito líquido, - evite álcool - sempre, quando estiver no Atacama), uma vez que no dia seguinte visitaríamos os Gêiser del Tatio. Desta vez (e pela primeira vez na viagem toda) optamos pelo passeio oferecido pelas agênicas de turismo, uma vez que nossas informações davam conta de que a estrada para o local não era boa, além de que havia a necessidade de sair muito cedo (portanto, no escuro), para podermos chegar aos Gêiseres logo ao amanhecer (é nesta hora que os jatos de vapor são mais intensos).

domingo, 9 de novembro de 2008

QUARTA-FEIRA - 23 DE ABRIL (MANHÃ)





Reservamos o dia para darmos uma escapadinha em direção sudeste, e conhecermos as magníficas Lagunas Altiplânicas e o Salar do Atacama propriamente dito.
Para chegar às primeiras, segue-se por uma estrada asfaltada até o povoado de Socaire, passando pelo oasis de Toconao. Após Socaire, há um trecho em estrada de chão, de 15 km, que nos últimos trechos se transforma em uma subída relativamente íngreme e com trechos bastante ruins para circulação, com as famigerada "costeletas" (sequência de montinhos que atravessam toda a estrada fazendo o carro tremer igual pessoa apaixonada no primeiro encontro - hehehe). De qualquer forma, mesmo nosso "carro baixo" superou o caminho sem maiores dificuldade, embora a primeira marcha fosse exigida em grande parte do final do percurso, dado não somente ás condições da estrada, mas também à altitude e ar rarefeito, que, como já expliquei, dificulta a queima do combustível.
De qualquer forma, ao vencer a subida, chegamos ao modesto portal de entrada do parque, onde paga-se uma taxa de acesso de $2.000 pesos. A partir dalí, o visual, que já era belo durante a subida, passa a ser simplesmente exuberante (vejam o contraste das cores nas fotos).
As duas Lagunas, chamada Miscanti e Meñiques, localizam-se a mais de 4.000 metros de altitude, rodeadas por picos magníficos, dentro da Reserva Nacional Los Flamencos.
Há muito tempo, a água proveniente do degelo dos vulcões Miscanti e Meñiques escoavam livremente em direção ao Salar do Atacama, mas uma erupção do Meñiques, ocorrida há cerca de ummilhão de anos provocou o represamento das águas, dando origem às Lagunas.
Tivemos o prazer de visitar o local cedo pela manhã, e com isso podermos aproveitar com exclusividade a paz e sossego do local. Quer saber? Na minha opinião, esta foi a paisagem mais deslumbrante de todo nosso passeio.
Assim como foi um pouco difícil chegar, foi ainda mais difícil sair do parque, pois a vontade é de ficar lá...

Assim, acabamos por retornar, sendo que durante a descida alguns de nós sentiram um pouco o efeito da altitude, como cefaléia, aumento da pressão ocular, e tontura.
Regressamos, então, para a visitação do Salar do Atacama, mas nos foi informado de que o local é mais propício à visitação ao final da tarde, para apreciação do por do sol. Assim, retornamos até Toconao, vilarejo próximo ao Salar, considerado um oásis, uma vez que tem águas doces que permitem o cultivo de frutas (peras, ciruellas e uvas), onde se localiza a "quebrada de Jere", ponto de visitação turística.
Fizemos hora no povoado, onde tivemos um contato mais próximo com Lhamas (bicho um tanto feio e esquisito). Quem for até lá, com certeza conhecerá a "makarena" nome dado a uma lhama do local que adora entrar nas lojas, mas de uma forma bem comportada, aparentemente.
A visita ao Salar, descreverei no próximo tópico.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

TERÇA-FEIRA – 22 DE ABRIL




Com o céu maravilhosamente azul, "zarpamos" de Calama 9:00h da matina, e seguimos rumo a San Pedro de Atacama, a rústica e famosa base para exploração daquele que é considerado o deserto mais árido do mundo: o Deserto do Atacama. Aproveitamos para completar o tanque de combustível em Calama, já que o combustível é mais caro em San Pedro, que nada mais é do que um povoado, com um único "posto" de combustível. O trajeto é rápido, visto que são apenas 100 km de distância entre as cidades. O visual continua magnífico, por isso, aconselho fazer o trajeto sempre durante o dia, pois as paisagens que se descortinam são de encher os olhos... uma beleza rústica, contrastando uma tonalidade amarelada do terreno com o azul do céu.
Ainda antes de chegar a San Pedro, paramos para admirar em um mirante o circuíto espeleológico do Valle de La Luna, na reserva nacional de los flamencos (fotos ao lado, propaganda do Honda??? hehe). Todo o possível cansaço de uma viagem tão longa se desfaz perante a tranquilidade que emana do local (e que é maior ainda nas lagunas altiplânicas, à qual relatarei mais adiante). Ficamos ali um bom tempo, já avistando o oásis esverdeado que é a vila de San Pedro.

San Pedro é a capital arqueológica do Chile, localizada em uma depressão chamada de "depreción pré-altiplânica", a 2.438m de altitude. A depressão é limitada pela Cordilheira del Domeyco à oeste, e a Cordilheira dos Andes à leste. O local era habitado pelos povos atacameños antes do descobrimento, foi conquistado pelos Incas por volta de 1450, e finalmente conquistada pelos espanhóis, em 1540. Como não poderia deixar de ser, os espanhóis impuseram sua cultura aos povos locais, embora um requício da cultura atacamenha possa ser visto nos habitantes locais, mas me pergunto se isso não seria, agora, apenas algo "para turista ver".

Chegamos na vila, e fomos procurar uma pousada... são inúmeras, e mesmo nessa época, era possível encontrar pousadas com lotação esgotada. Acabamos optando por uma pousada chamada Don Raul, menos pelos seus atrativos em termos de conforto, mas sim por ter sido muito bem indicada no guia que consultamos, ser bastante procurada por brasileiros, e por termos sido muito bem atendidos pelo cara que cuida do local, Rene. Ele dá ótimas dicas sobre o local, visitação, período adequado, roupas adequadas, enfim, conseguimos visitar muitos locais em pouco tempo, graças as dicas preciosas do amigo.

Após nos instalarmos, fomos almoçar (restaurantes relativamente - mas não demasiadamente - caros, os pratos custam, em média, 6.500 a 8.000 pesos por pessoa, ou seja, 26 a 32 reais), e dar uma volta pela vila. Todo o local é construído em adobe, preservando as fachadas coloniais, que dão um aspecto extremamente charmoso ao lugar. Ah, devo lembrar aos viajantes, que beber em local público é crime.... bebida alcoólica só pode ser servida e consumida em locais com permissão da prefeitura, portanto, não pague o mico por beber uma cervejinha na praça ou nas ruas... vc poderá ser preso.
A Igreja local, é uma bela atração, e embora não se saiba a data correta da sua construção, ela foi declarada paróquia ainda em 1641. Localiza-se junto à praça, de onde se visita ainda o Museu Arqueológico de Padre La Paige, além da casa que serviu de residência ao heroi nacional Pedro de Valdívia, erguida em junho de 1540.

Mais ao final da tarde, saímos de carro, para visitar o Valle de la Luna, onde observamos algumas formações rochosas, como as Três Marias, e algumas cavernas. Mas o ponto alto (literalmente) do passeio é subir as dunas para observar o Pôr do Sol (mais um, eu sei....hehehe). Sem dúvidas, um momento cinematográfico, onde descobri que minha câmera digital ficara sem bateria.... tst tst tst. Ainda bem que tinhamos o equipamento profissinal do aficcionado Alessandro... hehehe.

Descemos as dunas já na escuridão (fomos os penúltimos a descer, "apressados" por um casal francês que estava lá em cima, e que fez "não sei o quê" após nossa partida... hehehehe - mas olha, não devemos censurá-los, pois o local realmente é convidativo para "momentos românticos e agradáveis".... hehehe).
Convêm fazer aqui o adendo de que à tarde, a temperatura é alta, e é desejável que os passeios sejam feitos com roupas leves (e bebendo muita água), enquanto que assim que o sol se pôe, torna-se necessário a vestimenta de roupas quentes, visto que o frio chega instantâneamente, e a sensação térmica tende a ser maior, devido ao vento.

Voltamos à vila, onde fizemos um passeio noturno, e resolvemos por lanchar algumas empanadas, na própria pousada, bebericando aquele delicioso vinho que trouxemos no porta-malas.....

domingo, 12 de outubro de 2008

sábado, 4 de outubro de 2008

SEGUNDA-FEIRA – 21 DE ABRIL



Saímos de La Serena, após o café da manhã, às 8:00h. Seguimos viagem de La Serena em direção a Calama, sempre na Ruta Panamericana.. Praticamente todo o percurso foi de pista simples, mas com ótimo pavimento e pouco movimentada. Passamos por alguns postos dos Carabineros Chilenos, mas, ao contráro da Argentina, não fomos parados em nenhum deles. Minha impressão é de que o número de policiais argentinos é muito maior (e consequentemente, talvez, a remuneração menor), o que os leva a buscar uma “fonte extra” de receita. A vista do Pacífico esteve sempre à nossa esquerda, e a vista do deserto passou a estar cada vez mais presente à nossa direita. Esse contraste entre o azul do oceano e o tom amarelado e poeirento do deserto foi outro ponto de destaque na nossa bela viagem. Durante este trajeto, existem poucas cidades com boa estrutura que sirvam como uma base para os viajantes, por isso, atente-se às distâncias e à hora, para o planejamento adequado. De todo o trajeto entre La Serena e Calama, eu recomendaria apenas duas cidades para pouso, que seriam Copiapó e a cidade famosa e portuária de Antofagasta. Após passar por Chañaral, a Ruta se afasta da costa, e adentra um pouco ao interior do Chile, e permanece assim até chegar em Antofagasta. Neste último trajeto, encontramos a estrada em obras, exigindo alguns desvios e nos fazendo perder um tempo. Também nos tirou a oportunidade de ver mais de perto uma escultura chamada La Mano del Desierto, construída em 1992 pelo escultor chileno Mário Irrarazabál (vide foto), localizada 75km ao sul de Antofagasta, ao lado da Ruta 5.
Chegamos a Antfagasta, distante 700km de La Serena, às 17:00. Havíamos combinado de pernoitar nesta cidade, mas, com uma hora de claridade pela frente, decidimos seguir viagem. Rodamos mais 78km pela Ruta Panamericana, e então pegamos um desvio à direita, em uma bifurcação bem sinalizada da estrada, caindo na Ruta 25. Já era noite, o que tornava o trajeto mais perigoso. No entanto, acabamos chegando, sem percalços, à Calama, às 20:00h, após rodarmos mais 137km na Ruta 25, a passarmos por uma empresa mineradora imensa, que mais parecia uma cidade (não consegui identificar qual a empresa). Assim, rodamos, no total, 915km neste dia.

Calama é a cidade-base de uma região onde a economia gira em torno da mineração. É lá que se encontra a maior mina de cobre a céu aberto do mundo.
Os flamenguistas (entre os quais nos EXCLUÍMOS com veemência, hehehe), irão lembrar que foi ali, em pleno “deserto”, que o Flamengo jogou a primeira partida da final da Libertadores de 1981, quando enfrentou o Cobreloa (percebam a semelhança do nome à “cobre”), equipe de Calama, antes de se sagrar campeão da Libertadores e do mundo, em um time de craques (temos que reconhecer) como Raul, Junior, Andrade, Adílio e Zico.

Tivemos dificuldades para encontrar um Hotel na cidade (a dica é: se forem pernoitar em Calama, melhor reservar um hotel), pois o local recebe inúmeros estrangeiros que vem negociar o minério da região, além dos próprios engenheiros e demais trabalhadores da mineração.
Acabamos conseguindo um quarto só, em uma verdadeira espelunca chamada “Hotel Casa Blanca”, que sequer tinha estacionamento. Não recomendamos o local para ninguém. Para se ter uma idéia, o banheiro era imenso, maior do que o quarto, mas dava a impressão de que o mesmo tivesse sido visitado, em algum momento, pelo Jason personagem da série “Sexta-feira 13”. A estadia nos custou 35.000 pesos chilenos, ou R$ 150,00 (curiosidade: tentamos negociar um desconto com a Sra. que nos atendeu. Ela disse que era possível, e então pediu 38.000 pesos pelo quarto, qua já havia sido negociado por 35.000.. .que desconto maluco é esse????? Optamos por pagar a tarifa “cheia”, e evitar o “desconto”...hehehehehe). Saímos para jantar, no Restaurante Bavária, onde nos servimos de um extra-big sandwich estilo alemão, saboroso, com um molho especial chileno, acompanhado por uma não menos “big” caneca de Chopp (ou foram várias canecas???).

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Domingo - 20 de Abril



Logo de manhã pegamos estrada em direção à próxima parada. Optamos por não visitar as famosas cidades de Valparaíso e Viña del Mar, uma vez que esses locais se destacam por serem balneários (praias), ou alguém tem alguma dúvida de que se o objetivo fosse visitar praias, o melhor seria permanecer no Brasil??? Bem, mas, é claro, não poderíamos deixar de conhecer, ou, como diríamos, molhar nossos corpos no Oceano Pacífico, nem de apreciar o Pôr do Sol em um oceano do oriente. Assim, planejamos a viagem de forma a passarmos a tarde e a noite na cidade litorânea de La Serena, bem ao norte de Santiago, já no caminho do Atacama. Facilmente localizamos a saída da capital chilena, ajudados pelo fato de ser domingo de manhã, sem aquele trânsito infernal que poderia dificultar a identificação das ruas corretas. A viagem até La Serena segue pela Ruta 5, a famosa Ruta Panamericana, uma vez que ela conecta o extremo sul do Chile, nas geleiras, até a América Central, passando por diversos países sul-americanos. As estradas são ótimas, embora os pedágios e a gasolina sejam mais caros do que na Argentina. Neste primeiro trecho, gastamos quase que a mesma quantia no pedágio do que o gasto com combustível. O litro da gasolina, de boa qualidade, custava próximo a $570 pesos chilenos, o equivalente a R$ 2,30. Mas lembre-se de que o rendimento do carro aumenta em aproximadamente 10%, devido a qualidade do combustível, isento de misturas. Para chegar a La Serena percorremos 581Km, em um trajeto que durou pouco mais de 5 horas, chegando na cidade às 12:30h. Durante a viagem, tivemos nosso primeiro contato visual com o Pacífico, outro ponto alto do nosso passeio, já que a Rodovia margeia o oceano durante uma grande parte do trajeto.
Chegamos, e fomos de pronto à praia. Até tínhamos planos de nos banharmos, mas, o tempo estava encoberto, o mar não era limpo (nem a areia), e a água bastante fria. Optamos por procurar um restaurante (nos quais tomamos um susto, visto o preço exorbitante cobrados pelos frutos do mar, em uma cidade litorânea), e aproveitamos um bom almoço em restaurante à beira-mar.
Nos instalamos em uma cabana de um complexo para “veranistas”, cuidadas por um sujeito simpático, chamado Pedro, e fomos curtir o pôr do sol do Pacífico, que foi magnífico, e proporcionou belíssimas fotos. À noite na cabana, jantamos uma deliciosa pizza e, para ser um pouco diferente, tomamos um bom vinho (hehe), antes de cairmos na cama, embaixo de “alguns” cobertores, visto que a temperatura caiu drasticamente naquele dia.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

SÁBADO - 19 DE ABRIL



No sábado, decidimos visitar a vinícola Concha y Toro, bastante conhecida no Brasil pelos vinhos Casillero del Diablo e Reservado. Saímos de carro do hotel, e após rodarmos em direção sul pela Avenida Vicuña Mackenna, até o seu final, dobra-se a direita e em menos de 20m se encontra a entrada da vinícola. A Concha Y Toro é uma das mais tradicionais vinícolas chilenas, fundada em 1883 por Melchor Santiago de Concha y Cerda (que dominava os segredos do vinho), e sua esposa, Emiliana Subercaseaux, que detinha, por herança de família, as terras onde foram plantadas as parreiras. Um belo passeio, iniciado com um rápido roteiro histórico da vinícola e incluindo uma saborosa degustação de três diferentes vinhos. Vale a pena, embora o preço que não seja tão camarada quanto as vinícolas argentinas. Acabamos sendo “cobrados” por alguns chilenos, que, com certa correção, nos criticaram por irmos a uma viníciola “turística”, pois dizem que ela é a vinícola dos brasileiros, e deveríamos conhecer outras com melhores vinhos, sem pagar para a degustação. Fica a informação para os viajantes, mas, de qualquer forma, como apreciadores do vinho desta vinícola, cremos que o passeio foi bem interessante. Um ótimo vinho a ser degustado, se me permitem a sugestão, é o Cabernet denominado Marquês de Casa Concha.
Retornamos da vinícola, almoçamos próximo ao hotel, em um restaurante bastante agradável, e à tarde, seguindo informações de alguns colegas que nos disseram que no Chile o preço de tênis é vantajoso, seguimos, via metrô, ao fabuloso Shopping Parque Arauco, embora as informações não tenham se confirmado. No final das contas, acabamos voltando para o hotel com caixas cheias de...... adivinhem? .... VINHO (que acabamos bebendo alguns dias depois, na “secura” do Deserto do Atacama)....

terça-feira, 23 de setembro de 2008

SEXTA-FEIRA – 18 DE ABRIL




Após o café da manhã, saímos para um passeio a pé no centro de Santiago, munidos de um guia impresso, e um mapa cedido pelo hotel.
Como optamos por um hotel bem localizado, não houve qualquer dificuldade para perambularmos pela cidade.
Algumas coisas chamam atenção, de cara, em Santiago. É uma cidade ordeira, embora a disposição das ruas (transversais, paralelas ou becos) não sigam a lógica de uma cidade planejada, o que torna o “rodar” e a localização um pouco mais difícil do que em Buenos Aires. As ruas estão inundadas de carros asiáticos (vimos muitos Hyundai, Kia, Nissan, e principalmente Toyota, que domina as ruas com o compacto Yaris), mas de forma geral a diversidade de marcas e veículos é muito superior ao que vemos no Brasil. Isso se deve ao fato do país não possuir montadoras locais, o que libera a importação de uma maior variedade de modelos, sem necessidade de altas taxas de importação para “proteção da industria nacional). Isso faz com que um carro como o Yaris (que, em termos de categoria, equivaleria ao Ford Fiesta), seja vendido por meros 22 mil reais (já feita a conversão). Outro detalhe, é que o povo Chileno é, digamos, “menos gracioso” que o Argentino ou Brasileiro (espero não estar sendo politicamente incorreto...rsrsrs).
Ah, tem mais um detalhe: ao andar pelas ruas de Santiago, tome cuidado, pois algumas delas parecem “calçadões”, típicos das grandes cidades brasileiras, calçadas de forma bastante semelhante, e diferente das ruas. Preste atenção, então, para não se surpreender “andando” (ou sentado, como nosso amigo aí da foto...hehehehe)em plena avenida....

Nosso primeiro destino ao grande centro de Santiago foi o Palácio de La Moneda, sede do governo chileno, localizado em frente à Praça da Constituicion. Construído originalmente para ser a Casa da Moeda local, foi erguido entre os anos de 1786 e 1812, e transformado em sede do governo em 1845. Traz um simbolismo histórico recente, por ter sido o local onde morreu Salvador Allende, o primeiro marxista a ser democraticamente eleito em um país da América Latina. A morte se deu em 1973, e até hoje existem versões discordantes entre ele ter se suicidado, ou então assassinado pelos golpistas comandados pelo General Augusto Pinochet, posteriormente ditador chileno.
Na praça, em frente ao palácio, há uma estátua homenageando Allende.
Dali seguimos até a famosa Plaza de Armas, ponto de referência da cidade, não apenas geográfico, mas também político, histórico, religioso e social. A partir dela que a cidade foi fundada em 1541, pelo espanhol Pedro de Valdivia (não confundir com o “palmeirense” Valdívia, aquele jogador de futebol murrinha). Vale, e muito, a visita à Catedral Metropolitana, que é de uma beleza extraordinária. Sentamos em um café, para apreciarmos o café Chileno e observarmos o movimento na praça (até parece que todo habitante de Santiago passa por ali, ao menos uma vez no dia). Estávamos próximos ao horário de almoço, e seguimos então para o Mercado Central, onde se destacam os preços camaradas de peixes e frutos do mar, e a diversidade impressionante de frutas, seja cristalizadas ou in natura.. Ali sofremos com o assédio dos garçons, oferecendo seus serviços. Enfim, acabamos encontrando um restaurante agradável, onde negociamos um bom preço (neste ponto – custo da alimentação – o Chile fica muito a dever à Argentina). Os pratos foram variados, entre um bom salmão até um belo risoto de frutos do mar. Após bebermos algumas cervejas, tivemos ainda a oportunidade de experimentar o famoso Pisco Sour, semelhante á nossa caipira, mas com um toque chileno. E não é que o danado provoca um bom efeito??? (haja visto a “alegria” com que todos saímos do restaurante, hehehe)... após o almoço uma passadinha rápida em uma Adega, para comprar alguns vinhos para noite e também algumas garrafas de pisco para trazermos para o Brasil. Sobrou tempo ainda para, no final da tarde, darmos um belo passeio pelo cerro de Santa Luzia, um lugar muito agradável, de onde se tem uma bela vista da cidade. É uma pena que o clima mais seco concentrava muito a poluição, o que dificultava a visão, ao fundo, da Cordilheira dos Andes.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

QUINTA FEIRA – 17 DE ABRIL




Acordamos pela manhã, já com saudades do local onde passamos dias maravilhosos, na paz dos Andes.
Novamente subimos a RN-7, agora com destino ao Chile, mas antes de chegar a Santiago, aproveitaríamos o caminho para apreciar mais algumas maravilhas da natureza.
Após passarmos novamente por Uspallata, começou a subida um pouco mais íngreme da cordilheira. Esperava alguma perda de potência do motor do carro, em função da altitude (explico: menor presença de oxigênio na atmosfera dificulta a “queima” do combustível dentro da câmara de combustão do motor, levando a perda de potencia), mas isso não se fez sentir neste trajeto, mesmo com o carro lotado. O trajeto desta viagem é espetacular, com paisagens deslumbrantes da cordilheira. Desnecessário dizer que isso motivou algumas paradas para belas fotografias. O trajeto envolve a passagem por dois vilarejos, chamados de Puente del Inca e Las Cuevas.
Pouco antes de chegar ao primeiro, há um local convidativo à introspecção e reflexão. Ali fica o Cemitério del Andinista, um pequeno “amontoado” de túmulos dedicado à memória daqueles que ousaram desafiar o majestoso Aconcágua, o maior pico das Américas. Do local já se avista o mesmo. Alguns túmulos datam do início do século passado, com “andinistas” (sim, pois o termo “alpinistas”, por correção, seria destinado àqueles que sobem os Alpes europeus) de todos os continentes. Vale a pena conferir, e prestar uma homenagem a estes intrépidos e corajosos aventureiros.

Logo após o cemitério, cerca de 2km, temos o povoado de Puente del Inca. No local existe uma ponte natural, em pedra, sobre o Rio Mendoza (fechada para trânsito de pedestres), com uma configuração bem interessante. No local existia, há anos, uma estância de águas termais, com hotel, que acabou soterrado por uma avalanche. O interessante é que a igreja junto ao hotel permaneceu em pé, perdendo apenas o teto.
Ali também há uma feira de artesãos, com exposição de belos souveniers a preços convidativos.
Puente del Inca não dispõe de muitas opções de acomodação, nem serviços bancários, portanto, vá preparado.

Ainda era de manhã, e seguimos então para o majestoso Parque Provincial Aconcágua. Aberto a visitação, gratuita, o parque oferece desde a caminhada mais curta até um mirante, ou uma caminhada um pouco mais prolongada (cerca de uma hora) até uma ponte, e dali também partem as expedições que vão “encarar de frente” o temível Aconcágua (nome de origem indígena, que significa “o Sentinela Branco”), com seus 6.962m de altitude.
Para quem quer se aventurar por um tempo ou distancia maior dentro do parque, existem diversos trekings e cavalgadas, com guias e custos adicionais. Recomenda-se a quem for “subir” a locais mais elevados do que os mirantes, um período de adaptação, pois os efeitos da altitude costumam ser nefastos ao organismo, podendo levar inclusive ao edema pulmonar ou cerebral.
Creio que seja desnecessário dizer o quanto é emocionante apreciar esse monumento da natureza, ainda que a uma distância bastante razoável. Mas com certeza, poderemos dizer, sempre “eu estive lá”.... esse é um local que nunca sairá da memória!

Após sairmos do parque (de facílimo acesso, ao lado da RN-7), nos encaminhamos até Las Cuevas. Bem antes de chegar ao povoado, passa-se por um posto de controle da Polícia Alfandegária, onde é necessário fazer a checagem do carro e passageiros. Sem essa checagem, poderá haver problemas para passar a aduana Argentino-Chilena.
Las Cuevas consegue ser ainda menor do que Puente del Inca, praticamente um amontoado de construções de cada lado da Ruta, e logo após o povoado adentra-se ao túnel Cristo Redentor, longo e estreito (cuidado com a velocidade, controlada), perfurando a cordilheira. Ao sair do Túnel, já estávamos na República del Chile. A aduana Chilena fica a poucos km da saída do Túnel. Lá, o controle é bastante rígido, sendo necessário passar por vários guichês (tanto para registrar a saída da Argentina como a entrada no Chile, e preencher diversos formulários). Para aqueles que não se atentaram a toda a papelada na entrada na Argentina, a decepção será inevitável, uma vez que serão detidos na aduana, portanto, muita atenção a todos os procedimentos aduaneiros.

A inspeção sanitária para entrar no Chile é bastante rígida, e não se premite adentrar com produtos in natura ou sementes. Explico: grande parte da Economia Chilena vêm da produção de frutos (uva = vinho...hehehe), e os chilenos levam muito a sério a prevenção de pragas que possam assolar suas plantações. Na verdade, viemos a saber que o país é praticamente isolado em relação à entrada de pragas, pois possui quatro barreiras naturais a invasão destas, sendo as geleiras glaciais ao sul, o deserto do Atacama ao norte, a Cordilheira dos Andes ao leste, e o Oceano Pacífico ao oeste.
Levava comigo uma Erva Mate para chimarrão (levei comigo, pois a argentina é péssima para os nosso gosto...hehe), que felizmente não “agredia” as normas. Muito cuidado, mais uma vez ao preencher a declaração do que está levando no carro, pois a revista ao mesmo é rigorosa antes da passagem da aduana, e caso tenha omitido algo, pode apostar como estará encrencado.
Cumpridas todas as exigências, lá fomos nós, desbravar o Chile.

O primeiro passo é descer os espetaculares Caracóis chilenos, uma seqüência de 25 curvas onde, por brincadeira, eu diria que é possível enxergar a placa traseira do carro pelo retrovisor lateral... o trânsito é extremamente lento e pesado, dado o grande número de caminhões que fazem o trajeto. Diria, também, que eles “descem a cordilheira parados”, tamanho a “reduzida” que fazem. A descida é bastante brusca, e o incômodo da pressão nos ouvidos é tal que parece que estamos pousando de um avião em cidade litorânea.
O Trajeto é igualmente belo, e na descida pudemos contemplar a beleza de um Condor, ave símbolo da região.
A chegada em Santiago se dá pela Rodovia dos Libertadores, adentrando na cidade pela Avenida Eduardo Frei. Novamente valeu, e muito, o estudo do trajeto até o hotel, feito pelo Google Earth, que nos levou, sem erros até o Hotel Montecarlo, localizado ao lado do Cerro Santa Luzia

A viagem toda, desde Potrerillos até Santiago, não passa de 260km, mas dado o potencial turístico e as belezas do caminho, é conveniente que se faça todo o percurso com um dia inteiro a disposição. Chegamos a Santiago pouco antes das 16 horas, nos instalamos no Hotel, cujas acomodações são agradáveis, sendo que aqui, novamente, nos valemos da ótima localização do mesmo para planejarmos nossos passeios. O anoitecer ainda nos dava um tempinho para um café em uma cafeteria próxima ao Hotel, e à noite nos deliciamos um churrasco argentino (é...rs) no Restaurante Patagônia.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

QUARTA-FEIRA – 16 DE ABRIL



As cercanias de Potrerillos têm diversas atrações, algumas das quais não visitamos (como o Vulcão Tupungato), e oferece passeios, inclusive a cavalo. Na quarta-feira optamos por subir a Montanha novamente para Vallecitos. Já sem neve no caminho, subimos até 3.000m de altitude, em uma estrada de terra (em condições bastante razoáveis), em alguns trechos formando caracóis. A paisagem de Montanha é maravilhosa, excelente para aqueles momentos em que ficamos quietos, sentados, apenas apreciando a obra da Natureza. A estação de Esqui não tinha neve, mas nem por isso a subida foi menos proveitosa.
À tarde, almoçamos com nossos anfitriões, Toni e Gabriela, que nos prepararam uma excelente carne na panela, muito bem temperada e de paladar caprichado. Vou repetir novamente: um programa desses, com a paisagem Andina ao redor, e pessoas amigas por perto, é inesquecível. Esse foi nosso último dia em Potrerillos (infelizmente), e queremos recomendar este local, especialmente esta pousada, para qualquer viajante que curta um lugar aprazível, e cercado pelas mais belas paisagens que a natureza pode oferecer. Alcançamos plenamente nosso objetivo (já que demos um tiro no escuro) de desfrutarmos a montanha, em lugar que serviu muito ao repouso, em meio a uma viagem tão longa.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

TERÇA-FEIRA – 15 DE ABRIL



Pela manhã, retomamos a RN-7, e subimos ligeiramente até Uspallata. Trata-se de um pequeno povoado com aproximadamente 4 mil habitantes, situado em um vale encravado entre as montanhas da pré-cordilheira, com paisagens cinematográficas (não por acaso, foi o local onde foram filmadas as cenas do filme “Sete Anos no Tibet” com Brad Pitt). O acesso, partindo de Potrerillos (à 45km) ou de Mendoza (105km) se dá todo pela RN-7, o que significa uma Ruta toda asfaltada e com boas condições de tráfego. A primeira parte do trajeto é feito margeando o leito (quase seco, nesta época) do Rio Mendoza, uma estrada serpenteada, passando por diversos túneis escavados na rocha das montanhas que compõe o cenário, simplesmente deslumbrante. Junto ao rio correm também os trilhos da ferrovia (Ferrocariles), já abandonada, e, como viemos a saber posteriormente, serviu de via de acesso a imigração japonesa que atravessou os Andes, vindo dos portos chilenos, para se instalar na capital Argentina.
Uspallata é, por si só, uma bela atração.... uma vila pacata (onde encontramos alguns carros de Brasileiros, como nós), onde transitam carros antigos (cheguei a ver um C2 francês, de antes da 2ª Guerra), e uma população amistosa. Passeios na região envolvem o cerro de sete colores (não confundir com o homônimo, em Purmamarca, no norte do país), e as Bóvedas de Uspallata, uma reconstrução dos antigos fornos de fundição de metais utilizados pelos espanhóis na época da colonização e exploração do local. A paisagem das montanha em torno do vale é realmente deslumbrante (estou sendo repetitivo, eu sei, mas acreditem, é necessário).
Também por Uspallata têm-se o acesso à RP-52, outra ligação com a cidade de Mendoza, um passeio turístico por uma estrada de Rípio (cascalho) famosa pelas Curvas de Villavicencio, um “complexo” de 365 curvas, formando caracóis, com entre-meio da Estação de águas Termais de Villavicencio. Não nos aventuramos neste caminho, mas as referências do passeio foram boas.
Retornamos à cabana para alimentar-nos com um bom e apetitoso hot-dog, que apenas preparou nossos estômagos para um delicioso pernil de Cordeiro da Patagônia, que preparamos para o jantar... acompanhamentos? Bem, tinha aquele vinho, sabe..... é, ok, foram vários, mas, estávamos de férias, portanto, we enjoy it......

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

SEGUNDA-FEIRA – 14 DE ABRIL



Acordamos cedo, o céu se encontrava totalmente aberto, sem nuvens, prenuncio de um dia gelado. Realmente o gramado em frente às cabanas se encontrava coberto pela geada. Acionei o motor do carro, funcionou perfeitamente, mas quando fui esguichar água no parabrisa, não saiu nada, pois ela estava congelada dentro do reservatório. Como o carro funcionava perfeitamente, seguimos para Mendoza. Duro foi manter as mãos ao volante, muito frio, até que o ar condicionado funcionasse a pleno vapor.

Chegamos em Mendoza, e fomos ao Wall-Mart fazer compras para os dias que ainda passaríamos em Potrerillos, especilmente Carne e Vinho. O vinho é muuuuito barato, chegando a menos de um terço do preço no Brasil. Saindo do mercado, naquele bate-papo normal, fomos flagrados em uma blitz. Ao ver os policiais, me dei conta da distração: esqueci de ascender os faróis (obrigatório mesmo durante o dia). Tentei explicar que havia saído do mercado, e que acenderia os faróis assim que chegasse á Rodovia, mostramos as compras, mas não teve jeito: o cara falou novamente em multar. Ai, não tive dúvidas, desci do carro, e perguntei ao cara se eu poderia pagar a multa ali mesmo, já que “estávamos de passagem” e não poderíamos perder tempo. Ele retrucou que sim, seria possível, mas disse que “não poderia dar recibo” (que cara de pau). Falei que não teria problemas, ao que ele pediu 100 pesos, respondi dizendo que só tinha 50, ele aceitou, e assim acabamos nos tornando contraventores (detesto essa situação, mas não vimos outra saída).

Seguimos em direção ao centro de Mendoza, onde fomos ao Banco pagar a multa da sexta-feira. Ato concluído, tomamos o rumo de San Martin, buscar a carteira de motorista apreendida. Chegamos a Delegacia indicada, e o documento não estava lá. Constatamos que havia inúmeras carteiras de motoristas brasileiras apreendias, dentro de uma caixa de sapato, provavelmente de outros turistas como nós, mas que não foram buscar o documento. Imaginei que o pessoal foi embora sem pagar a multa, munido da carteira internacional, provavelmente. Devem ter tirado uma segunda via no Brasil.
Fomos então encaminhados a uma segunda delegacia, onde finalmente recuperamos o documento. Retornamos à Potrerillos, e assim terminou nosso dia.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

DOMINGO – 13 DE ABRIL




Na madrugada, o frio aumentou, e acordei com um barulhinho de chuva (mas naquele frio? hum, será?). Descortinei a janela, mas a escuridão não permitia ver nada.Voltei a dormir, e na manhã seguinte, bem cedo, ao acordar e olhar pela janela, foi que percebemos o que estava acontecendo: nevava! Fenômeno raro nesta época do ano, a neve supreendeu até os moradores do local, e nós a encaramos como um presente divino após todo o sufoco da viagem entre Buenos Aires e Mandoza. Entenderam agora porque eu disse acima que tivemos "sorte" em optar por um hotel ruim em Mendoza? Se não fosse assim, teríamos passado o final de semana naquela cidade, e teríamos perdido a neve, que acabou sendo um dos momentos sublimes da nossa viagem. Era domingo de manhã, saímos para passear, deslumbrados com a paisagem fantástica. Tirei o excesso de neve de cima do carro, e após consultar o Toni, subimos estrada de terra em direção à Vallecitos, uma estação de esqui localizada mais acima de Potrerillos, portanto , onde a neve era ainda mais abundante. Subimos, mas como a estrada começava a ficar mais escorregadia, e a neve mais alta, não fomos até o final, mas paramos para brincar na neve e registrar em fotografias toda a beleza do lugar. VOltamos mais tarde para o chalé, onde fizemos nossa primeira parillada, novamente regada a vinho, e nos preparamos para o dia seguinte, quando "resgataríamos" a carteira de motorista, de volta a San Juan.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

SÁBADO – 12 DE ABRIL




O passeio pela região vinícola de Mendoza é maravilhoso. O aroma dos parrerais se faz sentir mesmo dentro do carro com os vidros fechados. As vinícolas, chamadas de Bodegas, se distribuem em uma região chamada Luján de Cuyo e Maipu, e a região de Mendoza produz mais de 70% da produção anual de vinho da Argentina. Destaque para a uva Malbec. As bodegas são inúmeras, e entre as mais conhecidas de nós, brasileiros, são a Finca Flichmann, Norton, Chandon e Família Zuccardi. Se o turista tiver preferência em conhecer alguma delas especificamente, convém consultar os horários de abertura ao público. Todas envolvem degustação, e a explanação sobre os processos produtivos.

Visitamos duas vinícolas, a primeira chamada Cavas de Don Arturo, onde fomos recepcionados pela simpática Silvina. Lá, provamos e compramos o vinho que, na minha opinião, foi o mais saboroso entre todos os que degustamos na viagem (e não foram poucos). Depois, seguimos até a Finca Flichamann, uma Bodega maior, com uma produção enorme, exportada para diversos países.

Seguimos o passeio pela bela região, com ruas arborizadas, e almoçamos no restaurante Casa de Campo, lugar muito aprazível e com um ótimo cardápio e um excelente vinho da casa. Chamou-nos atenção o leito absolutamente seco do Rio Mendoza, rio formado pelo degelo dos Andes. Como estávamos no início do outono, o leito deve ficar lá, aguardando as novas nevascas e o início do degelo da nova estação para escoar novamente. Após, seguimos viagem para Potrerillos, vilarejo a 63km de Mendoza, sempre seguindo a Ruta 7, em direção ao Chile. O caminho começa com uma suave subida, onde a visão dos Andes se descortina, com seus cumes nevados, e uma visão paradisíaca. Potrerillos é uma vila com pouco mais de 500 habitantes, localizada a 1350m de altitude, próximo ao Dique de Potrerillos, uma barragem que represa uma imensa quantidade de água, também formada pelo degelo Andino.

Seguimos mais 8km para a “região rural” de Potrerillos. O local se divide em várias vilas, com excelentes e variadas opções de pousadas, a maioria composta de Chalés bem estruturados e extremamente baratos. São as vilas e El Salto, Lãs Vegas, Valle del Sol e Piedras Brancas (acesse www.potrerillos.com.ar para maiores informações).

Ficamos em Piedras Brancas, nas Cabanas Villa Campestre, de propriedade dos receptivos e simpáticos Toni e Gabriela. Vale uma descrição do local: situada em um lugar com vista maravilhosa da cordilheira pré-andina, a cabana é construída em tijolo, dividida em uma sala-cozinha com lareira, aquecedor elétrico e água quente. São dois quartos, onde seis pessoas podem se instalar com tranqüilidade (o custo não aumenta com mais pessoas, mantém-se o mesmo, ou seja, 150 pesos a diária (isso mesmo, pouco mais de 90 reais – para quatro pessoas, que foi o nosso caso). Além da cozinha equipada, também há serviço de TV a cabo, e externamente uma churrasqueira para fazer aquela deliciosa Parrillada, e uma piscina (nessa época, e com esse frio? passamos longe). O dia estava para anoitecer quando nos instalamos Neste dia, a temperatura baixou bruscamente, e se aproximou “perigosamente” de zero grau. Com a cabana devidamente aquecida, de banho tomado e bem agasalhados, providenciei o chimarrão, enquanto preparávamos o jantar, regado ao bom vinho da Cavas Don Arturo.

sábado, 23 de agosto de 2008

SEXTA-FEIRA – 11 DE ABRIL


(jurava que era uma sexta-feira 13, vcs verão abaixo o porquê)

Acordamos bastante cedo, retirei o carro no estacionamento e às 6:00hs estávamos a caminho de Mendoza. A saída de Buenos Aires foi tranqüila, seguimos a Nove de Julho até o final, onde viramos à esquerda pela Auto-Pista até a saída para a RN-7 (tudo muitíssimo bem sinalizado, aqui novamente valeu o estudo do mapa antes de entrar no carro). A RN-7 é uma estrada movimentada, sem ser duplicada e com movimento intenso de caminhões. No entanto, o asfalto é perfeito, e a estrada praticamente reta e plana, o que não deixa dificuldades para ultrapassagens. A viagem seguia tranqüila até pararmos para abastecer em Rufino, em um posto localizado no entroncamento com a RN-33, após rodarmos 375km. Tomamos um café e realizamos a troca de motorista, e o problema é que uma das saídas do posto dava para a RN-33. A distração nos custou uma jornada em direção nordeste (quando deveríamos seguir à oeste), prejudicados ainda pelo tempo encoberto e ausência do sol para localização – índios, eu sei..... Foram 95km rodados até um trevo da RN-33 e RN-8, em Veneado Torto, quando surgiu o dialógo:

“- e agora, que direção tomamos?”, ao que a resposta foi:

“- segue sempre a RN-7”. O susto foi a frase seguinte:

“- aqui não tem RN-7”

Paramos para a consulta ao mapa, que indicou nosso equívoco. Assim, tivemos que seguir pela RN-8, em direção à Rio Cuatro, vindo a reencontramos com a nossa querida RN-7 na altura de Vila Mercedes. Foi um pequeno percalço de 175km.

Após rodar mais algum tempo, fomos parados em um ponto de vigilância sanitária, já na província de Mendoza, na altura de La Paz. Ali tivemos todo o carro revistado, inclusive nossas malas, que foram “fuçadas” por um cão pastor alemão, treinado para rastrear drogas. Duro foi ver o danado entrando no carro e no porta-malas, pisoteando tudo com aquelas patas sujas de poeira. De qualquer forma, os policiais foram gentis, e estavam lá para fazer o seu trabalho.

Após sermos liberados, seguimos viagem tranquilamente, cansados e “mirando” nosso alvo (Mendoza), quando, em um trecho de estrada que eu chamaria de “reta-torta”, com excelente visibilidade e o tráfego de um caminhão lento, fizemos uma ultrapassagem em faixa contínua, observados, ao longe, por um guarda rodoviário. Ato contínuo, ele nos mandou parar, solicitou documentação e fez aquela perguntinha danada em portunhol “sabe por que los parei?”. Sabíamos bem, e naquele momento pintou a dúvida: tentamos “contornar” o problema, ou aceitamos a penalidade? O cara era mal-encarado, não nos deu muita abertura, e como sabíamos que estávamos errados, acabamos aceitando a multa. O problema é que o sistema argentino apreende a carteira do motorista, e só devolve após o pagamento da multa, que por sinal é salgadíssima (555 pesos, ou 300 e tantos reais), e só viemos a saber disso depois. Para piorar, não tínhamos nos dado conta de que era sexta-feira, e dado o adiantado da hora (após 18hs) teríamos que aguardar a abertura do Banco de La Nacion, até segunda-feira, para fazer o pagamento e “resgatar” o documento. A documentação teria que ser retirada em San Martin, distante a uns 70km de Mendoza, com potencial efeito de mudar nossos planos para aquele final de semana, uma vez que tencionávamos ficar apenas uma noite em Mendoza, conhecer suas vinícolas, e seguir para Potrerillos, nosso destino final naquela região.

Cansados e abatidos com aquela situação, seguimos caminho até Mendoza, onde chegamos por volta de 20:20hs (atraso de mais de 2 horas em relação ao planejado, causado pelo engano de rota e multa). Sem muita disposição para procurar hotel, acabamos ficando no primeiro que apareceu. A decisão inicial era de permanecermos até segunda-feira, quando pagaríamos a multa e resgataríamos a carteira. Fizemos o pagamento das diárias, mas, para nossa sorte (isso mesmo), o serviço do Hotel era péssimo, e ao acordarmos no dia seguinte propus a todos solicitarmos o cancelamento das diárias adicionais e devolução do dinheiro, e seguirmos nossa idéia original, ou seja, uma passeio pela vinícolas de Mendoza e a tardinha seguirmos a Potrerillos (distante cerca de 60km de Mendoza) a qual conhecíamos apenas via Internet. Na segunda-feira, retornaríamos para cumprir com nossas obrigações. Decisão tomada, seguimos nosso rumo.

QUINTA-FEIRA – 10 DE ABRIL

Pegamos novamente transporte coletivo (desta vez devidamente munidos das preciosas moedas (hehehe), e nos dirigimos para o Bairro La Boca, antigo bairro portuário da capital. Vale pela caminhada no Caminito, com suas casas multicoloridas e sua arte de rua, com inúmeros artesãos expondo seus trabalhos. Após, visitamos a indefectível La Bombonera, estádio do Boca Juniors, onde foi possível compreender melhor a imensa paixão que a torcida nutre pelo clube. Vale a visita ao bem estruturado museu do clube, junto a estádio. Aproveitamos para almoçarmos uma bela parrillada no tradicional restaurante azul e amarelo, em frente ao estádio, todo dedicado a equipe do boca.

Mais tarde retornamos para mais algumas compras na Calle Florida, e descansamos para a jornada do dia seguinte, que seria dedicado à travessia do país em direção oeste, até os pés da imponente Cordilheira do Andes, na etílica Mendoza (e o vinho que nos aguardava,,, hehehe)

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

QUARTA-FEIRA – 9 DE ABRIL



Reservamos o dia para uma visita aos Bairros Palermo e Recoleta. Palermo é um bairro bastante arborizado, considerado o “pulmão da cidade”. Pontos de visitação interessante são o Jardim Zolológico, Jardim Botânico e Jardim Japonês, além da Flor de Mayo, uma escultura metálica muito grande. O Bairro conta ainda com bons restaurantes e uma estrutura lojista mais requintada, mas não chegamos a visitar estes locais. Já na Recoleta, um programa imperdível é a visita ao Cemitério, onde descansam inúmeras personalidades históricas argentinas, incluindo o ponto principal de visitação dali, que é o túmulo de Evita Perón. Repleto de verdadeiras obras de arte em forma de monumentos, o local chama atenção pela grandiosidade dos jazigos. Logo a lado temos a Basílica Nuestra Señora del Pilar, erguida em 1732.

No retorno, resolvemos conhecer o transporte público de BA, e pegamos um ônibus. Uma gafe foi o fato de não termos o total do valor de passagem em moedas, uma vez que lá os transportes não têm cobradores, apenas a máquina depositária de moedas. Aqui vale a ressalva de que lá, a educação impera, e todos pagam a passagem. Fico a imaginar um sistema desses no Brasil.... Bem, tentei de todas as forma trocar meus pesos por algumas moedas, mas nenhum argentino estava disposto a se desfazer das suas “preciosas”, até que um rapaz me cedeu uma moeda de um peso (exatamente a quantia que nos faltava). Tentei dar a ele uma nota de dois pesos em troca, mas ele não aceitou. Pois é, assim sendo, lá estava eu, um turista brasileiro, recebendo esmola de argentino dentro do lotação. Que fora....

Bem, mas o dia era marcado por uma data importante: o aniversário de nosso amigo Alessandro, e à noite retornamos ao Puerto Madero para a comemoração na churrascaria Espettus, repleta de garçons brasileiros, e onde não se pode deixar de provar o famoso “cordeiro da patagônia”, uma excelência em termos de sabor.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

TERÇA-FEIRA – 8 DE ABRIL



Saímos à pé para visitar o centro de Buenos Aires: Plaza de Maio (local onde protestavam pacificamente “las Madres de la Plaza de Mayo, contra o desaparecimento de seus filhos durante a ditadura militar, em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino, que está construída no mesmo local onde, em 1580, foi edificado um forte a partir do qual se fundou a cidade de Buenos Aires. As sacadas do palácio se tornaram célebres durante o governo Perón, pois dali Evita pronunciava seus discursos á nação argentina.

Em torno da praça, além de Casa Rosada temos os centro de poder financeiro e religioso do país, com construções imponentes, como o Cabildo, o Banco de La Nacion e a Catedral Metropolitana.

Dali saímos em diagonal em direção ao Obelisco, outro monumento clássico da cidade. Uma pena foi o fato do teatro Colón estar fechado para reformas.

Aproveitamos o restante do dia para fazermos compras, aproveitando o poder do nosso Real, que torna as mercadorias bastante em conta para nós brasileiros. Passamos pela Rua Florida, mas preço bom mesmo se obtém nas várias lojas Outless de diversas marcas (Adidas, Fila, Rebook, Nike, Puma, Lee, etc...), em especial na Av. Córdoba, um pouco mais distante do centro.

À noite resolvemos conferir um show de Tango, no tradicional Café Tortoni. Show bastante interessante, e acessível. Ponto alto do Show: quase ao final, os dançarinos descem do palco, e escolhem os espectadores para subir e dançar com eles; adivinhem quem foi escolhido? Isso mesmo, com nosso charme brasileiro irresistível, subimos, eu e Aline, para um momento inesquecível, cada um acompanhado pelo casal de dançarinos do show. Ok, ok, admito que não levo o menor jeito para isso, e a apresentação foi um tanto, digamos “estranha”, mas quantos brasileiros podem dizer que subiram ao palco do Café Tortoni para uma “apresentação” de Tango? Com certeza não foram muitos, e nós estamos entre os “felizardos”... hehhe.